Gleisi critica 'falta de articulação' no Senado por PEC da Transição

Presidente do PT e coordenadora política do gabinete de transição, a deputada federal reeleita Gleisi Hoffmann disse hoje que está "faltando articulação no Senado" para destravar as negociações pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição. A proposta pretende abrir espaço fiscal para ampliar gastos do Executivo em 2023, primeiro ano de mandato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Estamos acertando bem o texto. É importante a gente ajustar para termos uma tramitação célere e aprovarmos", disse. "Eu aposto muito na solução política. O Congresso tem compromisso com o país. E o que colocamos na PEC é o que foi aprovado nas urnas."

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"Está faltando articulação política no Senado. Por isso que nós travamos. A forma como foi iniciado o processo, sem falar ou formatar uma base mais forte de governo", declarou ela, logo após acompanhar a transmissão do jogo de estreia do time do Brasil na Copa do Mundo masculina de futebol, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília.

A declaração de Gleisi ocorreu quando ela foi indagada sobre críticas do senador Jaques Wagner (PT-BA), membro da equipe de transição, que disse entender que futuro governo já deveria ter um nome para comandar a pasta da Economia —que voltará a se chamar Ministério da Fazenda. Na avaliação dele, a escolha ajudaria a acelerar o processo de negociação da PEC.

"Não é falta de ministro", disse a coordenadora política da transição. "Não vejo [que a indicação do ministro aceleraria], acho que temos de respeitar o tempo de Lula de quem ele quer nos ministérios. É uma responsabilidade muito grande, você não pode colocar e tirar logo em seguida", observou.

"Talvez não foi conversado com todos os líderes, todas as bancadas. Isso acabou chateando o pessoal, mas isso se resolve. Tem como fazer as discussões e isso já está sendo feito."

Gleisi destacou ainda que o presidente eleito deve viajar a Brasília na semana que vem. Aliados esperam que, com Lula presente na capital federal, as negociações devem avançar.

"Pode ser, mas, infelizmente, não houve condições de o presidente estar. Mas semana que vem ele estará aqui. Se o problema é ele estar, está resolvido."