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'Lula está muito bem', diz Roberto Kalil Filho, médico do presidente

Cardiologista Roberto Kalil é médico do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Reprodução do Instagram
Cardiologista Roberto Kalil é médico do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Imagem: Reprodução do Instagram

Do UOL, em São Paulo

25/11/2022 08h08Atualizada em 25/11/2022 12h55

O cardiologista Roberto Kalil Filho, médico de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou em entrevista à revista Veja que o presidente eleito está "muito bem" após um procedimento para a retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda, uma lesão na laringe. Kalil também comanda uma comissão de especialistas para assessorar na transição de governo.

"Foi rápido e um sucesso. A lesão não está mais lá. Era algo benigno e a herança mostrou ausência de qualquer malignidade", afirmou Kalil, acrescentando que Lula precisará respeitar um repouso de voz durante alguns dias.

Nesta semana, Lula cancelou sua agenda em Brasília. A nova previsão, segundo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, é de que o presidente eleito viaje para a capital na próxima terça-feira (29).

Questionado sobre a rouquidão de Lula, Kalil afirmou que não há problema. "O presidente a manifesta faz tempo. É preciso lembrar também que, durante a campanha, forçou a voz, falando muito".

Lula está muito bem. Ele fez uma avaliação clínica completa envolvendo a parte cardiológica, urológica, tudo. Está ótimo. A disposição dele é invejável.
Cardiologista Roberto Kalil Filho, médico de Lula

Kalil diz que os exames também mostram boas notícias em relação ao tumor que Lula teve na laringe em 2011. "Avalio que a chance de voltar é muito baixa".

O médico diz que, do ponto de vista físico e mental, Lula está pronto para enfrentar os quatro anos da Presidência. "Lula tem saúde e a Janja do seu lado. Essa combinação será muito importante para ajudá-lo nos próximos anos".

Kalil diz que a esposa de Lula, a socióloga Janja da Silva, é uma grande companheira. "É seu estímulo, porto seguro e felicidade. Está sempre do lado dele. No procedimento de domingo, por exemplo, Janja não saiu de perto. Acompanhou tudo, passou a noite no hospital. Nós brincamos que, quando auscultamos o coração dele, o som que ouvimos é 'Janja, Janja'".

Kalil vai assessorar na transição para novo governo. O médico diz estar otimista para o governo de Lula e que, neste momento, o grupo de especialistas da área de saúde está definindo prioridades para os próximos anos.

Sabemos que não adianta mil propostas para melhorias mirabolantes porque aí nenhuma vai dar certo. Por isso, nossa meta é selecionar três pontos que consideramos mais relevantes e viáveis. Já definimos que o primeiro é a saúde digital.
Cardiologista Roberto Kalil Filho, médico de Lula

Para Kalil, a saúde digital é um tema fundamental. "E não falar apenas da telemedicina, mas de várias opções que tornam o ensino, diagnósticos e tratamentos mais acessíveis. Os resultados são ótimos. Vamos investir em propostas factíveis e sem muito custo".

Questionado sobre um eventual convite para assumir a pasta da Saúde, Kalil diz que seu perfil é ajudar. "Quero auxiliar quem for escolhido. O novo ministro tem de ouvir todas as vozes. Não se espera que fique ilhado no prédio do ministério".

Kalil também diz que sua equipe trabalha com a noção de que não haverá muito mais recursos do que os existentes hoje no SUS (Sistema Único de Saúde). "Mas a questão, no longo prazo, é: o SUS precisa ser remodelado e fortalecido. A pandemia deixou claro a importância desse sistema. Milhões de pessoas foram salvas por causa do SUS. Os profissionais de saúde foram heróis e não podem ser esquecidos".

O médico também comentou sobre a possibilidade de reativar o Programa Mais Médicos, com profissionais brasileiros em vez de cubanos.

"Há pesquisas mostrando que o maior desejo dos mais carentes é ter um médico que o atenda. Contudo, é preciso fazer a alocação de profissionais em locais onde existem recursos com os quais trabalhar. Nesse ponto, o suporte da saúde digital pode ser de grande ajuda. A construção de um plano de carreira é outro estímulo. Com isso, talvez consiga manter um médico em regiões mais distantes e carentes."