Ida de Bolsonaro a velório de Elizabeth 2ª teve custo parcial de R$ 271 mil

A viagem feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Reino Unido em setembro para acompanhar o velório da rainha Elizabeth 2ª, morta aos 96 anos, custou pelo menos R$ 271.985,54, indicam informações enviadas pela Secretaria-Geral da Presidência da República a deputados federais.

O valor diz respeito a 46 apólices de seguro-viagem emitidas para a viagem, que totalizaram R$ 21.291,22; outros R$ 250.694,32 referentes a "despesas aeroportuárias"; e R$ 730,77 relacionados a serviços de telefonia.

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Apesar de o pedido feito pelos parlamentares Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Túlio Gadelha (Rede-PE) pedir o detalhamento dos valores totais por cada pessoa que foi à viagem, a Secretaria-Geral informou que não tinha competência para fornecer essas informações.

O ministério também argumentou, ao nível legal, que o presidente da República tem respaldo para escolher quem irá acompanhar-lhe nas viagens oficiais.

Os deputados questionaram, por exemplo, se o pastor Silas Malafaia e o padre Paulo Antônio de Araújo foram ao velório em "missão oficial". Malafaia, que não ocupa nenhum cargo público, acompanhou Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na passagem feita pelo caixão da rainha na Abadia de Westminster.

Na época do velório, após críticas a respeito de sua presença, Malafaia informou que também "não sabia" o porquê Bolsonaro o convidou para a cerimônia, mas afirmou ter ocupado a "vaga" de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na comitiva do presidente.

A presença do maquiador da primeira-dama, Agustín Fernandez, também foi levantada em um dos requerimentos. O maquiador saiu em fotos ao lado de Michelle, de quem é amigo pessoal, após ter ajudado a vesti-la para o velório.

Outro questionamento feito tratou do caráter eleitoral da viagem de Bolsonaro, que estava em campanha de 1º turno para tentar a reeleição ao cargo. Em um discurso feito na sacada da residência oficial do embaixador brasileiro em Londres, o presidente comentou rapidamente sobre a rainha e focou em temas "drogas, aborto e ideologia de gênero", bem como outros apelos à religião.