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Malafaia nega que tenha mandado povo para frente de quartel: 'Absurdo'

Pastor Silas Malafaia em vídeo - Reprodução
Pastor Silas Malafaia em vídeo Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

28/11/2022 23h48

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado político do presidente Jair Bolsonaro (PL), negou em vídeo que tenha mandado apoiadores para frente de instalações do Exército, onde realizam manifestações golpistas desde a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Eu desafio alguém a provar que eu mandei alguém para a porta de quartel. Não mandei ninguém para portas de quartéis. Um vídeo do dia 17/11, eu digo 'quem é o criminoso? Alexandre de Moraes ou o povo?'. Nesse vídeo, muito pelo contrário, eu digo que as manifestações estão erradas. Não são nas portas dos quartéis, têm que ser em frente ao Congresso Nacional", disse Malafaia, classificando o fato como "absurdo dos absurdos".

"Eu não sou hipócrita. Toda manifestação que eu falei para o povo participar, eu estava lá: 7 de setembro do ano passado e deste ano", acrescentou.

Na sexta-feira (25), o ator e comediante Gregorio Duvivier, apoiador de Lula, repostou supostas imagens de Malafaia e uma mensagem que acusava o líder evangélico de mandar "o povo acampar no QG do Exército enquanto curte em resort de luxo com a esposa". Na sequência, o próprio humorista que faz parte do elenco "Porta dos Fundos" publicou uma nova imagem de Malafaia e ironizou: "Como é o nome desse quartel que o Malafaia tá sentado na frente [?]".

As mensagens irritaram Malafaia, que chamou Duvivier de "covarde e hipócrita".

"Duvivier, você pertence à esquerda caviar: gosta de uma [classe] executiva e primeira classe de avião e hotéis cinco estrelas, mas quer que o povo viva no socialismo. Tu gosta da executiva da [companhia aérea] TAP, não é?", afirmou Malafaia, que conclui o vídeo dizendo: "Eu sou livre. Com o meu dinheiro, eu faço o que eu quero."

Após a derrota para Lula, em 30 de outubro, apoiadores de Bolsonaro iniciaram manifestações golpistas, pedindo desrespeito ao resultado das urnas e intervenção militar para evitar a posse do presidente eleito.

Como parte das manifestações golpistas, rodovias foram bloqueadas e acampamentos foram montados em frente a instalações das Forças Armadas, em diferentes pontos do país.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes já afirmou em decisão que pedir por golpe pode configurar crime de abolição violenta do Estado democrático de direito, cuja pena pode ser de quatro a oito anos de prisão. O magistrado determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e empresas suspeitas de financiar os atos.