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PT aciona STF contra militar do GSI que atua em atos golpistas

Ronaldo Ribeiro Travassos, militar do GSI - Reprodução/Redes Sociais
Ronaldo Ribeiro Travassos, militar do GSI Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

29/11/2022 21h27Atualizada em 30/11/2022 11h44

O PT (Partido dos Trabalhadores), partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra o militar da marinha que coordena atos antidemocráticos em frente a quartéis das Forças Armadas. O jornal Folha de S. Paulo mostrou que além das mensagens e vídeos enviados aos grupos de bolsonaristas, Ronaldo Ribeiro Travassos também afirma que o petista não vai tomar posse em 1º de janeiro.

A reportagem mostrou que Travassos também defende o assassinato de eleitores de Lula. O militar está lotado no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República), chefiado pelo general Augusto Heleno.

Na representação, deputados do PT pedem para que as condutas do militar sejam "incluídas nas investigações" dos inquéritos sobre organizações criminosas. O documento fala em crimes de ameaça contra o presidente eleito, incitação e apologia à prática de crime contra o resultado eleitoral, além de incentivo a práticas de atos inconstitucionais.

A representação ainda alega que o militar "tem utilizado o horário de trabalho, quando deveria estar servindo ao Estado brasileiro" para "participar, incentivar e ameaçar" Lula, seus apoiadores e a democracia "numa prática permanente de crime contra as instituições democráticas". Os parlamentares também alegam que as ações do militar são graves e precisam ser "precocemente
reprimidas".

São ações graves que precisam ser precocemente reprimidas pelos instrumentos legais e constitucionais à disposição da sociedade brasileira, de modo que a ordem prevaleça e o ódio capitule, como deve ocorrer numa sociedade democrática e pluralista"
Representação do PT contra militar da Marinha

Além disso, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pediu que a CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados convoque o general Augusto Heleno para "prestar esclarecimentos sobre a transgressão disciplinar" de Travassos. O parlamentar ressalta que por ser militar da ativa, ele não pode participar de manifestações político-partidárias, e que o Estatuto dos Militares veda "quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político".

Procurado pelo jornal, ele disse que não comentaria e que não sabia se realmente seria ele nos áudios. Apesar de ter recebido o material, o militar não respondeu mais aos questionamentos da reportagem.

Já o GSI disse por meio de nota que não é sua competência "autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação". Sem condenar a ação, disse também que "as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente".

Ainda conforme mostrou a Folha, Travassos é primeiro-sargento da Marinha e trabalha na divisão administrativa do GSI. O militar está lotado no Palácio do Planalto desde o final de 2016, quando Michel Temer (MDB) era presidente.