Desembargador critica Exército por admitir 'rebeldes' ao redor dos quartéis
O desembargador Antônio Souza Prudente, do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal), criticou ontem, durante sessão do colegiado, que o Exército Brasileiro permita que "rebeldes, ignorantes e inconformados" permaneçam ao redor dos quartéis.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam protestos golpistas, inclusive com atos no entorno de quartéis do Exército, contra o resultado das eleições que culminou na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) no último dia 30 de outubro.
Durante o início da sessão foi comentado sobre a mudança no local da cerimônia de diplomação dos políticos eleitos na eleição de 2022. Segundo o site do TRE-DF, o evento ocorreria no Auditório Pedro Calmon do QG (Quartel General) do Exército, mas foi alterado para o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, também em Brasília. O acesso ao local é limitado aos convidados e só poderão entrar no espaço aqueles que apresentarem os convites.
Na sessão, Prudente disse que seria interessante que o Ministério da Casa Civil fosse informado sobre a mudança do local do evento e que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também fosse comunicado para solicitar reforço da segurança no local. Na ocasião não foi citado o nome do presidente, nem as ações de seus apoiadores.
"(...) Seria bom falar com a Casa Civil para o governador mandar reforçar a segurança policial lá no Centro de Convenções. Que esse batalhão, porque é um verdadeiro batalhão, de pessoas rebeldes e inconformadas poderá se deslocar para o centro de convenções para fazer a bagunça e já soube, inclusive, que há trio elétrico", começou o desembargador.
Prudente ressaltou que as medidas de seguranças para o evento deveriam ser tomadas com antecedência para evitar ações que não condizem "com a seriedade da solenidade de diplomação".
Mas eu quero dizer o seguinte: eu não entendo porque o QG do Exército mantém esse batalhão de rebeldes ali no seu território, se cabe às Forças Armadas, pela Constituição da República, manter a ordem. Então, não poderia se admitir esse batalhão de rebeldes, inconformados e ignorantes ao redor do QG do Exército. É essa observação final que eu gostaria de fazer. Desembargador Antônio Souza Prudente
Após a declaração, o desembargador Roberval Casemiro Belinati respondeu que iria encaminhar os ofícios para as forças de segurança ainda na segunda-feira (29) para que fosse "afigurada a tranquilidade da solenidade".
A sessão prosseguiu normalmente já que nenhum outro desembargador se manifestou ou quis comentar às falas de Prudente.
Assista ao momento em que o desembargador faz a crítica durante a sessão:
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