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Secretaria da Segurança do DF pede para motoristas evitarem região central

Policiais militares protegem o hotel em que Lula está hospedado após cenas de vandalismo em Brasília - Leonardo Martins
Policiais militares protegem o hotel em que Lula está hospedado após cenas de vandalismo em Brasília Imagem: Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

12/12/2022 23h04Atualizada em 12/12/2022 23h37

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal restringiu o trânsito na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, em Brasília, como "medida preventiva" em resposta a uma série de atos de vandalismo nas ruas da capital federal, na noite de hoje (12). Um grupo de manifestantes incendiou veículos e tentou invadir a sede da PF (Polícia Federal).

Os bloqueios na região permanecem "até nova mudança de cenário", segundo nota divulgada pela pasta. "A recomendação dos órgãos de trânsito é a de que os motoristas evitem o centro da cidade", diz o texto.

As cenas de violência começaram após a prisão de José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tserere, que vinha organizando protestos contra o resultado das eleições. Devido à detenção dele, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram até o prédio da PF, onde começou o conflito com as forças de segurança.

Segundo o comunicado, as ações começaram no entorno da sede da PF e se espalharam para outros locais.

A pasta destacou, ainda, que reforçou a segurança nas imediações do hotel em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Policiais foram convocados para reforçar segurança. Segundo apurou o UOL Notícias, um grupo de cerca de 10 agentes da PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) já estava em casa, depois do expediente, quando foi convocado para voltar ao trabalho.

Por volta de 23h ainda havia bolsonaristas reunidos nas proximidades à sede da PF. O grupo, que foi impedido por policiais militares de se aproximar do prédio, entoou gritos de "solta o índio", em alusão à prisão do cacique Tserere.

O que aconteceu? O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão temporária do cacique Tserere, pelo prazo de dez dias, por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra Lula. A prisão foi pedida pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

O indígena é figura constante em protestos que pedem intervenção militar. "Ele foi levado brutalmente pela PF, na frente dos meus filhos. Peço ajuda de advogados para tirá-lo da cadeia", afirmou a mulher do indígena em vídeo divulgado nas redes sociais.

Os atos contra a prisão foram convocados nas redes bolsonaristas. No entorno da sede da PF, uma movimentada área com shoppings, hotéis e empresas —inclusive de comunicação—, ônibus e carros foram incendiados e tiveram seus vidros quebrados.

Os atos se assemelharam à tática black bloc. Policiais federais e militares do Distrito Federal usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Bolsonaristas revidaram com pedras.

Mais cedo, Lula foi diplomado em cerimônia no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nos discursos, ele e Alexandre de Moraes defenderam o processo eleitoral e o resultado das eleições neste ano. Moraes destacou que os responsáveis por ataques à democracia serão identificados e responsabilizados.

Ônibus incendiado em tentativa de invasão na PF - Reprodução, CNN Brasil - Reprodução, CNN Brasil
Ônibus incendiado em tentativa de invasão na PF
Imagem: Reprodução, CNN Brasil