Bolsonaristas espalharam botijões e atacaram viaturas; ninguém foi preso

Manifestantes bolsonaristas espalharam botijões de gás pelas ruas de Brasília e incendiaram veículos, em atos de vandalismo praticados na noite de ontem, disse ao UOL o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

O que aconteceu

• Manifestantes queimaram quatro ônibus e três veículos de passeio;
• Eles espalharam botijões de gás em uma rua em frente a um posto de gasolina;
• Um veículo dos Bombeiros foi apedrejado;
• Policiais militares entraram em confronto com os bolsonaristas;
• Ninguém foi preso;
• Os ataques ocorreram após a Polícia Federal prender o indígena bolsonarista José Acácio Tserere Xavante, por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Além dos quatro ônibus que foram consumidos pelas chamas, três veículos de passeio também foram totalmente incendiados. Um desses veículos se encontrava em um posto de combustível no Setor Hoteleiro.
Corpo de Bombeiros do DF

Um homem de 67 anos desmaiou, segundo os bombeiros, e foi encaminhado para uma unidade de saúde em São Sebastião.

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"Estava consciente, orientado e estável, mas reclamava de dores de cabeça em razão da inalação de gás lacrimogêneo."

"Perigo era real", dizem Bombeiros

Dois veículos dos Bombeiros foram atacados, diz a corporação. "A manifestação foi revolta e ocasionou danos ao patrimônio público e privado."

Ainda segundo a corporação, "o perigo às guarnições de bombeiros era real", devido à violência da manifestação.

Uma viatura tipo AR (auto rápido), caminhonete, do Supervisor do CBMDF, foi apedrejada, e outra viatura de água (ABT) também foi alvo de lançamento de objetos."
Corpo de Bombeiros

O que fizeram as autoridades

A SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) informa que ninguém foi preso. Em nota, diz que "os atos de vandalismo praticados" pelos manifestantes "estão sendo apurados pela Polícia Civil do Distrito Federal, e os participantes, uma vez identificados, serão responsabilizados".

Caberá à PF apurar "atos que atentem contra a instituição e crimes de natureza federal".

Mais segurança para Lula. Segundo a SSP, nas imediações do hotel em que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está hospedado, o policiamento foi reforçado.

• A PF afirmou em nota que "até o momento não há novas informações sobre o fato";
• A PM disse que o caso está com a SSP.

A terça-feira amanheceu com bloqueios para a passagem de veículo na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes e sede da Polícia Federal.

Como tudo começou?

Os ataques ocorreram depois de o ministro Alexandre de Moraes determinar a prisão temporária de José Acácio Serere Xavante, pelo prazo de dez dias, por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito, Lula. O indígena é figura constante em protestos que pedem intervenção militar.

Entre os que promoviam o tumulto, não havia intenção de esconder que faziam parte do "movimento" que "luta pelo Brasil". Em sua maioria com camisas verde-amarela, gritavam, em grupo, frases de ordem geralmente ouvidas em atos golpistas ou em comícios do presidente Bolsonaro, como "Brasil acima de todos" e "prende o Lula".