Faria Lima tem que tomar calmante; gestão será de esquerda, diz ex-BNDES
O ex-presidente do BNDES Luiz Carlos Mendonça de Barros disse, em entrevista ao UOL News, que o mercado precisa "tomar calmante" em relação às escolhas econômicas do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Barros afirmou que a Faria Lima —avenida em São Paulo onde se concentram empresas da área de finanças— é conservadora e que considera as mudanças na economia propostas pelo novo governo são "'as mais radicais" nos últimos anos.
"A Faria Lima tem que tomar um calmante porque é um governo de esquerda e vai ter uma gestão de economia com os valores da esquerda. O PT é um partido de esquerda que tem uma visão sedimentada de como gerir uma economia como o Brasil".
Questionado sobre a gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), ele afirmou que a polarização ocorrida levou a "dominância de uma política conservadora na economia brasileira. ''A Faria Lima defende uma forma de gerir a economia brasileira absolutamente errada, que é o liberalismo extremo", completou.
"Problema do Haddad é visão errada do mercado", diz ex-presidente do BNDES
Com novos rumos na economia, ele opinou que Fernando Haddad (PT), futuro ministro da Fazenda, enxerga o mercado de maneira errada, apesar de considerar bons os nomes indicados pelo mesmo, como Gabriel Galípolo e Bernard Appy.
"São bons nomes. Mas o problema relativo ao Haddad é uma visão errada de como funciona uma economia de mercado", disse Barros. Na avaliação dele, o PT precisa reparar isso e parar de ter uma visão microeconômica.
Barros relembrou o governo Dilma Rousseff (PT) como parte do problema também. "O que o mercado financeiro reagiu mal foi que no período da Dilma, o Tesouro emprestou R$ 500 bilhões para o BNDES fazer empréstimo. O BNDES já tem um orçamento muito grande. Além disso, o Tesouro emitiu o título da dívida de R$ 500 bilhões e colocou isso no caixa do BNDES", afirmou. "Isso é misturar o macro, que é emitir R$ 500 bilhões com uma dívida bastante grande, para fazer ações pontuais".
Necessidade de Lei das Estatais responde a história terrível de gestão pública, diz ex-BNDES
Na visão do ex-presidente do BNDES, a lei das estatais é resposta a uma "história terrível de gestão de empresas públicas" que ocorreram "não só no período do Lula e o PT, mas antes". Barros considera importante órgãos como o TCU fiscalizarem e detectarem esses problemas.
"Essa lei foi construída a partir de uma experiência histórica de coisas terríveis que aconteceram, como destruição de valor público tanto pela corrupção quanto despreparo de pessoas que podem gerir uma empresa do tamanho da Petrobras, do BNDES e do Banco do Brasil", disse ele.
Além de nomes técnicos, o ex-presidente do BNDES defende "filtros" em relação a experiência de vida da pessoa. "O que teve no passado foram experiências terríveis de pessoas totalmente despreparadas para assumir um cargo dessa importância. Não existe fórmula mágica".
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: 8h, 12h e 18h, sempre ao vivo.
Quando: de segunda a sexta às 8h, 12h e 18h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.