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Valdemar ataca ação de Moraes e quer que bolsonaristas continuem 'na luta'

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/12/2022 16h17Atualizada em 15/12/2022 17h28

Presidente do partido de Jair Bolsonaro (PL), Valdemar Costa Neto divulgou hoje um vídeo em que:

  • critica o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes
  • e pede que os bolsonaristas que "estão na rua, que estão ainda lutando" continuem na "luta".

O Bolsonaro não vai decepcionar ninguém. Continue na luta
Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Hoje, por ordem de Moraes, a PF (Polícia Federal) cumpriu 103 mandados de busca e apreensão contra envolvidos em manifestações com pautas antidemocráticas, com bloqueios em rodovias, realizadas contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Fiquei surpreso com a posição de Moraes de mandar a PF ir atrás desse pessoal que está protestando na rua a favor de Bolsonaro. Essas famílias que estão nos prestigiando têm todo o nosso apoio. O nosso povo que está acampado são pessoas de bem, gente de respeito. Esse segmento de direita terá nosso apoio, sempre dentro da lei", disse o dirigente.

A medida foi tomada dentro do inquérito que apura manifestações ilegais relacionadas aos atos de 7 de Setembro.

Apuração contra aliados por crimes eleitorais. O presidente do PL também criticou a investigação aberta pelo ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, que tem congressistas bolsonaristas como alvos por ataques ao sistema de votação eletrônica.

"A Constituição Federal é clara: deputados e senadores têm autonomia para falarem o que bem entenderem, desde que não estejam fazendo mal. Eles estão defendendo as posições deles. Vamos lutar até o final. O que é feito de maneira errada não pode dar certo", disse Costa Neto.

Bolsonaro e filhos do presidente estão entre os alvos da ação.

Multa ao Partido Liberal. Valdemar Costa Neto se manifestou ainda contra decisão do TSE de manter uma multa de quase R$ 23 milhões aplicada ao PL depois de o partido questionar quase 300 mil urnas eletrônicas.

"Eu quero dizer para vocês que eu fiquei surpreso, porque não vão liberar nossas contas. Inclusive o ministro Alexandre falou até a extinção do partido. Isso não tem como dar certo. Tudo que é feito de maneira errada, dá errado. É só esperar para ver. Não tem jeito de dar certo", afirmou o presidente da sigla.

Por unanimidade, o Plenário da Corte Eleitoral confirmou a condenação da sigla ao pagamento de multa por litigância de má-fé.

No processo, o TSE rejeitou o recurso do PL e referendou decisão em que Moraes havia negado a liminar. De acordo com a decisão do magistrado, a legenda não apresentou indícios e circunstâncias que justificassem a instauração de verificação em urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno das eleições.

Ao confirmar a decisão do ministro, o TSE também endossou o imediato bloqueio do fundo partidário do PL até o efetivo pagamento da multa.

O TSE negou o pedido do PL para parcelar o valor. Ao divergir sobre a possibilidade, o ministro Raul Araújo destacou que o bloqueio dos recursos deveria se restringir a 30% dos valores do fundo partidário, até que a legenda pagasse integralmente a multa, para não prejudicar a normalidade das atividades partidárias.

"Ele foi muito corajoso e falou o que deveria ser feito, de liberar nossos recursos. Dinheiro que nós arrecadamos, não é dinheiro público", elogiou Valdemar.