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Suspeitos de ato terrorista estiveram em sessão com ataque ao TSE no Senado

George (esq.) e Alan são investigados por tentativa de explosão em Brasília - Divulgação
George (esq.) e Alan são investigados por tentativa de explosão em Brasília Imagem: Divulgação

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

26/12/2022 19h29Atualizada em 26/12/2022 21h13

Os bolsonaristas George Washington Oliveira Sousa, 54 anos, e Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32, investigados pela tentativa de cometer um ato terrorista na área de acesso ao Aeroporto de Brasília, participaram de uma audiência pública no Senado, em novembro deste ano.

A Polícia do Senado afirma ter descoberto quem autorizou a entrada dos homens. No entanto, o nome do responsável pela liberação não foi divulgado. Participaram da audiência bolsonaristas famosos, como Carla Zambelli (PL-SP), Filipe Barros (PL-PR), Daniel Silveira (PTB-RJ), Bia Kicis (PL-DF), Osmar Terra (MDB-RS), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Gustavo Gayer (PL-GO), Zé Trovão (PL-SC), Magno Malta (PL-ES) e Marcel van Hatten (Novo-RS).

Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), George Sousa ficará preso por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela juíza Acácia Regina Soares de Sá, do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), durante audiência de custódia.

Em seu depoimento à PC-DF (Polícia Civil do Distrito Federal), Sousa apontou Alan como um dos manifestantes acampados no Quartel-General do Exército que teria ajudado no atentado.

"Eu entreguei o artefato a Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-lo no estacionamento do aeroporto. Porém, eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original", disse Sousa.

George Sousa viajou do Pará ao Distrito Federal no início de novembro e frequentou o acampamento em frente ao quartel-general do Exército, onde acontecem atos antidemocráticos. O bolsonarista será autuado por crime contra o Estado Democrático e porte e posse de arma de fogo.

O que diz a defesa de George Washington Sousa? O advogado Jorge Rezende disse que deve se reunir com o bolsonarista nesta terça-feira (27). "Preciso analisar melhor o processo. Há muitas coisas mal explicadas. A autoridade policial liberou o motorista do caminhão em que supostamente havia explosivos sem fazer a qualificação do caso. Vamos nos manifestar depois de eu ter contato com o meu cliente", afirmou ao UOL.

O UOL tenta contato com Alan Diego por WhatsApp. Foragido, ele não tem representação junto aos órgãos oficiais.

Randolfe Rodrigues (REDE-AP) pede explicações. Em ofício enviado hoje ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o congressista pede explicações sobre a participação dos suspeitos.

"O Congresso Nacional, em hipótese alguma, pode ser abrigo para terroristas. Isso é um absurdo sem precedentes. Precisamos dar uma resposta ao povo e mostrar que a casa de leis não é conivente, de forma alguma, com esses criminosos", afirmou.