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Cioccari: Sem passar faixa, Bolsonaro e Mourão esvaziam cadeira da direita

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/12/2022 13h32

Com uma viagem do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) marcada para os Estados Unidos nesta semana, e a recusa do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) em passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia de posse de futuro presidente, abre-se uma lacuna na representatividade da direita no Brasil.

Apesar de a Constituição determinar uma linha sucessória na presidência, ela não determina que essa mesma linha de substituição seja seguida na cerimônia de passagem da faixa presidencial. Lula, portanto, poderá decidir a forma com que vai receber a faixa na cerimônia.

A atual linha de substituição da presidência no Brasil é:

  • O presidente Jair Bolsonaro;
  • O vice-presidente Hamilton Mourão;
  • O presidente da Câmara Arthur Lira (PP).

A partir do momento que Bolsonaro não passa a faixa e o Mourão também não passa a faixa, eles deixam a cadeira da direita vazia e não existe um ocupante para ela. Aí uma grande parcela da população fica completamente desamparada, como se não tivesse valido o voto. Deysi Cioccari

Durante participação no UOL News, a cientista política Deysi Cioccari afirmou que Bolsonaro não passar a faixa para Lula é algo simbólico. Além disso, ela destacou que em toda democracia se faz necessária uma oposição democrática, mas Bolsonaro e Mourão estão deixando a direita brasileira sem essa representatividade ao não passarem a faixa presidencial.

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A cientista política Deysi Cioccari classificou o silêncio de Bolsonaro diante de ameaças de ataques terroristas em Brasília como "omissão política" e, durante participação no UOL News, também afirmou que o silêncio é uma estratégia para manter sua base mobilizada.

"Esse silêncio é um recurso que ele usou durante esses quatro anos que é aquele recurso da subjetividade. O não dito é tão importante quanto o dito, então esse silêncio do Bolsonaro vai inflamando essas pessoas que acreditam que as Forças Armadas vão intervir, que acreditam que Lula não vai assumir e que vai haver alguma coisa no dia 1º de janeiro. Então até esse silêncio é uma forma estratégica de manter essa base bolsonarista inflamada".

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