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Gilmar Mendes autoriza apreensão de armas na casa de Carla Zambelli

Carla Zambelli sacou arma e apontou contra homem no meio de rua na região central de São Paulo - Reprodução
Carla Zambelli sacou arma e apontou contra homem no meio de rua na região central de São Paulo Imagem: Reprodução

Do UOL, no Rio e em Brasília

03/01/2023 13h37Atualizada em 03/01/2023 15h53

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes autorizou a apreensão de novas armas da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A medida ocorre no âmbito das investigações iniciadas após Zambelli ameaçar e perseguir de arma em punho um homem negro em 29 de outubro, véspera do segundo turno, pelas ruas de São Paulo.

A parlamentar divulgou um vídeo em que afirma que foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo STF em sua casa, na manhã de hoje. (veja vídeo abaixo)

Zambelli diz que agentes da Polícia Federal foram à sua residência para apreender três armas que ela mantinha em sua posse. Em nota ao UOL, a PF informou que cumpriu hoje três mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF após representação da Procuradoria-Geral da República.

Hoje eu sofri busca e apreensão, a mandado do STF, para a entrega de outras três armas que eu tenho. Apesar de ter entregue espontaneamente minha G3C 9mm, eles levaram também minha .380 Taurus, uma Ruger .9mm e uma arma de coleção .38 que eu tenho."
Carla Zambelli, deputada federal (PL-SP)

  • Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes já havia atendido pedido da PGR (Procuradoria Geral da República) e determinado que Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir o homem.
  • A parlamentar cumpriu a decisão em 27 de dezembro, quando entregou a pistola Taurus G3C e as munições na Superintendência da PF em São Paulo
  • Gilmar autorizou as buscas de hoje a pedido da PF e da PGR
  • A PF teria identificado que a deputada não entregou todas as armas que tinha e informou isso para o STF. Lindora Araujo, vice-procuradora-geral, concordou com as buscas.
  • Em nota, a deputada criticou a decisão do STF, alegando que havia "cumprido integralmente a decisão anterior, de forma voluntária"
  • O comunicado afirma ainda que "o recurso apresentado pela defesa da deputada não foi sequer apreciado, mesmo tendo sido protocolado antes do novo pedido de busca e apreensão da PGR".

Uma das principais representantes da extrema direita no Congresso, Zambelli procurou politizar a decisão do STF —ao qual faz frequentes críticas— ao compará-la com a atuação do tribunal na ADPF (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 635, que trata da segurança pública do Rio de Janeiro, e ao mencionar a prisão de extremistas que participaram ou estimularam atos golpistas após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

O que me causa não só muita frustração, mas também revolta é saber que esse mesmo STF, por exemplo, tem agido para proibir ações em morros onde a gente sabe que tem armas ilegais, onde existem estupradores, assassinos e traficantes de drogas."

Ao contrário do que afirma Zambelli, o STF não proibiu operações policiais em favelas do Rio. O tribunal decidiu restringir as ações —permitidas em situações excepcionais— durante a pandemia de covid-19.