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Líderes internacionais repudiam atos de terrorismo em Brasília: 'Fascistas'

Terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro provocaram caos em Brasília - EVARISTO SA / AFP
Terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro provocaram caos em Brasília Imagem: EVARISTO SA / AFP

Colaboração para o UOL, em Maceió

08/01/2023 17h53

Pelas redes sociais, líderes de diversos países prestaram solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e condenaram os atos de terrorismo perpetrados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que a situação no Brasil é "ultrajante", depois que apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o prédio do STF (Supremo Tribunal Federal).

O secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou os ataques à democracia brasileira. Ele frisou que "usar a violência para atacar as instituições é sempre inaceitável".

"Nos juntamos a Lula para pedir o fim imediato dessas ações", afirmou.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que a democracia "é o único sistema político que garante as liberdades e nos obriga a respeitar o veredito popular".

"Aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria ameaçam a democracia e merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional", destacou o líder argentino, que ressaltou seu "apoio incondicional" a Lula diante "dessa tentativa de golpe".

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expressou solidariedade aos brasileiros, destacou que grupos fascistas resolveram atacar a democracia do país e disse ser "urgente" uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) caso a instituição queira continuar existindo.

"A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França", postou o líder francês Emmanuel Macron.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, falou em "ações golpistas dos bolsonaristas que agrediram o Congresso e outras instituições pilares da democracia no Brasil".

"Nossa solidariedade ao irmão Lula e ao povo brasileiro. A direito bolsonarista segue o exemplo de Donald Trump e não aceita a derrota", afirmou Morales.


"Todo meu apoio a Lula, ao Congresso e aos brasileiros. Condenamos veementemente a invasão ao Congresso brasileiro e pedimos o retorno imediato à normalidade democrática", escreveu o presidente da Espanha Pedro Sánchez.

Também no Twitter, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez disse que os atos de terrorismo têm o "objetivo de gerar caos e desrespeitar a vontade popular manifestada com a vitória de Lula nas urnas".

A invasão

Na tarde hoje, terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e destruíram o plenário do Supremo Tribunal Federal e também depredaram o Congresso Nacional.

O plenário onde são realizadas as sessões do STF ficou completamente destruído. Cadeiras, câmeras e janelas do térreo foram quebradas. Sofás também foram rasgados.

Um grupo de milhares de extremistas bolsonaristas que marchava pela Esplanada dos Ministérios enfrentou os bloqueios policiais e invadiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF na tarde de hoje.

Os extremistas atacaram primeiro o prédio do Congresso. Eles enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram a vidraça do Salão Nobre do prédio e conseguiram entrar no Congresso Nacional, apesar de enfrentarem resistência da Polícia Legislativa.

Após a tomada do Congresso, um grupo menor também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, e conseguiu entrar na área externa do prédio. Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros.

Os manifestantes conseguiram subir a rampa do Planalto, onde o presidente Lula recebeu a faixa presidencial há uma semana. O petista não está em Brasília. Ele viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar o impacto das chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

'Golpe não vai prevalecer'. O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse estar na sede da pasta para acompanhar a situação em Brasília, depois que um grupo de centenas de extremistas bolsonaristas enfrentou os bloqueios policiais e invadiu os prédios do Congresso Nacional e do STF.

Dino afirmou ainda que o governo do Distrito Federal prometeu reforços — o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, informou ter determinado ao setor de operações da pasta "providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília".

Nas redes sociais, políticos brasileiros classificaram as cenas como "inaceitáveis" e falaram em "burrice".