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Sakamoto: 'Ex-presidente fomentou atos que nem a Ditadura teve coragem'

Colaboração para UOL, em São Paulo

08/01/2023 22h19

Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, analisou que Jair Bolsonaro (PL) estimulou os atos antidemocráticos que aconteceram neste domingo (8) em Brasília. O jornalista ainda apontou que o ex-presidente incentivou práticas golpistas de forma mais contundente do que foi visto durante o período da Ditadura Militar (1964-1985).

O fato de que um ex-presidente da república fomentou um dos piores atos golpistas da história do Brasil, destruindo prédios do Congresso, do Planalto, da Suprema Corte, que nem a Ditadura teve coragem de fazer simultaneamente, é extremamente preocupante

Leonardo Sakamoto

"Pegamos apoiadores, fotos de Bolsonaro, cartazes pedindo Bolsonaro de volta. Isso foi o que Bolsonaro pediu, exigiu, pregou todo esse tempo. E não é de agora. É de muito tempo. Foi tudo o que ele planejou nesse sentido. Ele foi para fora [Estados Unidos], aconteceu. Agora ele tenta se eximir de responsabilidade", analisou o colunista.

Sakamoto ainda acrescentou: "Se não for deixado bem claro quem foi o responsável, se ele não for punido, isso volta a se repetir. Por quê?" Porque a gente quer isso? Não. Porque essa é a dinâmica da história".

Invasão

Os extremistas atacaram primeiro o prédio do Congresso. Eles enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram a vidraça do Salão Nobre do prédio e conseguiram entrar no Congresso Nacional, apesar de enfrentarem resistência da Polícia Legislativa.

Após a tomada do Congresso, um grupo menor também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, e conseguiu entrar na área externa do prédio. Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros.

Os manifestantes conseguiram subir a rampa do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a faixa presidencial há uma semana. Lula não está em Brasília. Ele viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar o impacto das chuvas que atingiram a região nos últimos dias.