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A maior resposta que podemos dar agora é mais democracia, diz Lira

Do UOL, em Brasília

09/01/2023 22h01Atualizada em 09/01/2023 22h18

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou hoje (9) que os ataques golpistas foram um "desvio de rota", cobrou a punição dos autores e afirmou que a resposta agora é "dar mais democracia".

"O povo quer respeito à ordem, às instituições e à ao patrimônio público. A maior resposta que podemos dar agora é mais democracia. E mais democracia significa enfrentar e encontrar soluções para os verdadeiros problemas do povo", disse Lira.

Ele fez um pronunciamento durante a sessão de votação que aprovou o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, aprovado nesta noite em votação simbólica pelos deputados.

Segundo Lira, os manifestantes golpistas "representam uma minoria" que recorreu a "atos absurdos e abomináveis". O presidente da Câmara afirmou que nenhum dos deputados se sente representado pelos ataques, "independente de seus pontos de vista políticos, partidários e ideológicos".

O decreto foi assinado ontem (8) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após manifestantes golpistas romperem o bloqueio feito pela Polícia Militar do DF na Esplanada dos Ministérios.

O grupo invadiu e depredou os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Leia a íntegra do pronunciamento:

Senhoras deputadas, senhores deputados,

Esta é uma sessão muito significativa. Não estava prevista. Mas, ao acontecer, no plenário do poder mais democrático da República, é a prova concreta que a nossa democracia continua viva e funcionando plenamente. E continuará para sempre.

A profanação do templo da democracia e o inaceitável vandalismo que aconteceram ontem na Praça dos Três Poderes são condenáveis sob todos os pontos de vista e merecem uma apuração rigorosa. As punições devem vir pelas mãos da Justiça com uma dosimetria que considere não só os danos ao patrimônio público como o simbolismo de um atentado simultâneo aos palácios que representam os poderes da nossa República.

Os autores que atentaram contra nossa democracia representam uma minoria que recorreu a atos absurdos e abomináveis. Nenhum de nós se sente representado pela desordem de ontem, independente de seus pontos de vista políticos, partidários e ideológicos.

O povo quer respeito à ordem, às instituições e à ao patrimônio público. A maior resposta que podemos dar agora é mais democracia.

E mais democracia significa enfrentar e encontrar soluções para os verdadeiros problemas do povo.

Precisamos resolver as grandes questões nacionais. Levar soluções para quem tem fome, para quem tem sede e para quem não tem emprego. Aperfeiçoar os programas sociais, enfrentar os desafios da nossa estrutura fiscal, abrir vagas de trabalho, aumentar a renda, melhorar o nosso sistema tributário, torná-lo mais justo.

Fazer o Brasil crescer caminhando em direção a uma agenda positiva, a agenda da democracia, que nós temos que nos dedicar, olhando para frente, olhando para o futuro. Este episódio foi um desvio da rota que foi rechaçado e que temos o dever de trabalhar para que nunca mais aconteça.

A resposta para o que foi feito, dos estragos ao patrimônio público e ao coração da República, é que a democracia funcione melhor, que faça mais e que alcance mais os seus objetivos. E que nós possamos fazer mais justiça social, mais inclusão social, mais harmonia, e levar paz aos brasileiros.

Isso é que todos nós queremos. E foi para isso que as urnas nos designaram. Este Plenário será sempre a tribuna livre do debate, da democracia e da expressão de todas as suas vozes. Calorosamente como a boa discussão exige. Mas pacificamente, sempre.