Após ver governadores, Lula vai a pé ao STF e reclama de morar em hotel
O presidente convidou os presentes na reunião dos governadores para a caminhada do Palácio do Planalto para a sede do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília.
A jornada a pé leva, normalmente, cerca de seis ou sete minutos. No entanto, a caminhada durou cerca de 30 minutos, já que o petista estava cercado por políticos e imprensa, o que dificultou o deslocamento.
Na caminhada, era possível ver Lula acompanhado, entre outras pessoas, de:
- Geraldo Alckmin, vice-presidente
- Rosa Weber, presidente do STF
- Luís Roberto Barroso, vice-presidente do STF
- Randolfe Rodrigues, senador
Ao falar com jornalistas, Lula repudiou os atos golpistas de ontem em Brasília e reclamou de estar morando em um hotel.
O que eu estou chateado é que estou morando num hotel e não tem tempo, prazo, para voltar para o Palácio [do Alvorada], porque precisa também consertar o Palácio
A afirmação de Lula ocorre após sua esposa, Janja, mostrar o estado da residência oficial do presidente após a saída da família Bolsonaro.
O presidente também evitou generalizações e afirmou que o ocorrido "deve ser interesse de uma pequena minoria, vândalos, bandidos, que fizeram isso. Mais cedo ou mais tarde vamos descobrir quem financiou".
Reunião em meio a crise. A reunião de hoje foi antecipada, já que o primeiro encontro de Lula com todos os governadores estava marcado apenas para o fim de janeiro. Os acontecimentos na capital, no entanto, agilizaram a agenda.
Em discurso, Lula disse que "as pessoas nas ruas e nos quartéis não tinham pauta de reivindicação".
Todo mundo acompanhou quantas vezes a Suprema Corte foi ofendida, quantas vezes a Justiça Eleitoral foi ofendida, quantas vezes ameaçaram invadir a Suprema Corte [...] Essa gente, depois de duvidar da urna eletrônica, não quis acatar o resultado eleitoral
Além dos governadores, estavam presentes na reunião:
- Rosa Weber
- Procurador-geral da República, Augusto Aras
- Presidente da Câmara, Arthur Lira
- Presidente em exercício do Senado, Vital do Rêgo
- Geraldo Alckmin
- Ministros do STF, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Luis Roberto Barroso
- Ministro da Justiça, Flávio Dino
Rosa, Moraes e Lewandowski verificam danos causados ao tribunal
Após a saída do petista, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, contornou a marquise do edifício-sede do tribunal para verificar os danos à estrutura do prédio.
Ela foi acompanhada pelos ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski — nenhum deles falou com a imprensa, mas permitiu que jornalistas acompanhassem o percurso da sede até o anexo dois da Corte.
Rosa declarou que se compromete a garantir a abertura da sessão do ano Judiciário, marcada para 1º de fevereiro, no plenário da Corte. Embora a reconstrução completa do edifício deva se arrastar, a ministra quer abrir os trabalhos de dentro do tribunal.
O ministro Roberto Barroso também esteve presente na visita de Lula e dos governadores ao Supremo. Na saída, falou que
"Para acontecer o que aconteceu, erros certamente ocorreram. Quem deve ser responsabilizado, não é meu papel, neste momento, apontar. Mas certamente houve erros", disse o ministro.
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