Convocação falsa para alistamento mobilizou 170 mil bolsonaristas
Em dezembro, políticos e influenciadores incitaram apoiadores de Bolsonaro a se cadastrarem em uma página do Exército, chamada Reserva Pró-Ativa. A inscrição serve apenas para receber um boletim semanal com notícias da caserna, mas foi promovida como um suposto alistamento de civis contra o governo eleito.
Em quinze dias, de 5 a 20 de dezembro, a falsa convocação mobilizou 169.156 pessoas, segundo dados do Exército.
O alcance da mensagem obrigou o Exército a publicar uma nota para desautorizar as "convocações equivocadas" e explicar que o site, criado em 2015, não tem nenhuma função além do envio da newsletter.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Exército revelou que a base de assinantes da página cresceu mais de cinco vezes em duas semanas:
- Dia 05/12 - 36.472 inscritos
- Dia 12/12 - 198.675 inscritos
- Dia 20/12 - 205.628 inscritos
O movimento foi estimulado nas redes por pessoas de dentro e de fora do governo:
- O ex-ministro do Turismo Gilson Machado divulgou o link e recomendou a adesão de atiradores;
- O deputado federal reeleito Girão Monteiro (PL-RN) convocou "cidadãos de bem, treinados e dispostos a defender a Pátria";
- Monteiro apagou essa publicação após o posicionamento do Exército, mas fez outra postagem defendendo que atiradores civis formem "um efetivo mobilizável para as Forças Armadas";
- O jornalista Rodrigo Constantino, da rádio Jovem Pan, compartilhou a primeira convocação de Girão no Twitter;
- O influenciador Luiz Galeazzo, conhecido como "Oi Luiz", publicou uma notícia comemorando a adesão ao cadastro.
As publicações empolgaram os apoiadores de Bolsonaro. Nas caixas de comentários, várias pessoas afirmaram que haviam se inscrito e que esperavam ser chamadas para "ajudar o Brasil", inclusive pegando em armas:
Assista ao documentário "As Vozes do Bolsonaro", do UOL:
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