Topo

Ataques terroristas: entenda o que aconteceu ontem em Brasília em 8 pontos

Do UOL, em São Paulo

09/01/2023 15h17Atualizada em 09/01/2023 15h17

Milhares de extremistas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF (Supremo Tribunal Federal) na tarde de domingo (8).

Os atos de violência levaram o presidente Lula a decretar intervenção federal no DF até o dia 31 de janeiro e ao afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB), por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Como aconteceu a invasão?

O que os terroristas depredaram?

O que a polícia fez?

Quantas pessoas foram presas?

  • Segundo balanço da Polícia Civil do DF divulgado na manhã de hoje, são 300 pessoas.
  • Elas estão passando por exame de corpo de delito, sendo identificadas e ouvidas nos autos do inquérito que investiga os atos criminosos.

Como Lula reagiu aos ataques?

  • Decretou intervenção federal na segurança do DF -- a medida tira o comando da área do governador e coloca as polícias e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal sob o controle da União. Ricardo Capelli é o interventor;
  • sinalizou para a busca da responsabilização penal de Bolsonaro e de aliados dele que estimularam ataques contra o Congresso e o STF ao longo dos últimos anos;
  • afirmou que as autoridades da área de segurança pública tiveram "incompetência, má vontade ou má-fé" e lembrou do quebra-quebra no dia de sua diplomação, em dezembro, com a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.

Bolsonaro se manifestou?

Sim, mas se esquivou da responsabilidade após os atos de violência. O ex-presidente está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro.

Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra.

Vincular manifestantes de esquerda a atos violentos tem sido uma estratégia do ex-presidente e de seus apoiadores, mas a comparação é descabida porque as pautas não eram golpistas e havia grande aparato policial e repressão, por vezes violenta, contra os manifestantes que cometiam atos de vandalismo.

Por que Ibaneis foi afastado?

Na decisão, Moraes apontou o descaso e a conivência do governo do DF com a organização dos atos golpistas:

Ibaneis não só deu declarações públicas defendendo uma falsa 'livre manifestação política em Brasília' —mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados— como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos em 7 de setembro, em especial, com a proibição de ingresso na esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas; tendo liberado o amplo acesso

O afastamento vale por 90 dias e até lá a vice de Ibaneis, Celina Leão (PP), assume a chefia do Executivo.

Desocupação de acampamentos

Além do afastamento do governador, Moraes determinou ainda a desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos nas imediações dos quartéis-generais e outras unidades militares e prisão em flagrante de seus participantes.

O Exército e a Polícia Militar realizaram na manhã de hoje um cerco ao acampamento golpista em Brasília. Cerca de 40 ônibus removeram pelo menos 1.200 radicais bolsonaristas para a superintendência da Polícia Federal —o número exato de pessoas será divulgado após triagem.

No entanto, a reportagem do UOL presenciou bolsonaristas que saíram sem serem importunados, mesmo com a área cercada por centenas de viaturas e milhares de homens das forças de segurança.

Manifestantes golpistas invadem as sedes dos Três Poderes