Quem são Anderson Torres e o ex-comandante da PM, alvos de Moraes
Alvos de mandados de prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres e o coronel Fabio Augusto Vieira, ex-comandante da PM do DF, comandavam as forças de segurança que deveriam ter impedido os ataques de extremistas às sedes dos três Poderes.
A decisão de Moraes atende a pedido feito pela AGU (Advocacia-Geral da União) —para o governo federal houve diversos indícios de negligência por parte do comando da segurança no DF. Há diversos registros de PMs deixando de reprimir atos criminosos e até mesmo confraternizando com golpistas.
Após as cenas de violência na praça dos Três Poderes, o governador Ibaneis Rocha (MDB) —afastado do cargo por 90 dias também por ordem de Moraes— demitiu Torres ainda no domingo (8). Assim que foi decretada a intervenção federal na segurança do DF, o interventor Ricardo Capelli exonerou Vieira.
Quem é Anderson Torres?
Delegado da PF desde 2003, Torres havia sido papiloscopista da Polícia Civil de Goiás. Na função, atuou em Roraima e nas operações na reserva indígena Raposa Serra do Sol, que acabaram por prender em 2008 o agricultor Paulo César Quartiero, líder dos arrozeiros da região.
Integrante da ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal), exerceu o cargo de diretor de assuntos legislativos, sendo responsável por fazer lobby no Congresso pelos interesses da categoria.
Também foi chefe de gabinete do então deputado federal Fernando Francischini, um dos principais líderes da bancada da bala e um dos poucos amigos de Jair Bolsonaro na Câmara.
Por meio de Francischini, Torres aproximou-se de Bolsonaro e chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Justiça no início do governo, mas foi atropelado pelo convite a Sergio Moro.
Foi então nomeado secretário de Segurança do Distrito Federal pelo governador Ibaneis Rocha, mas acabou finalmente sendo nomeado por Bolsonaro após a nomeação de André Mendonça para o STF, em março de 2021. No governo, atuou para blindar Bolsonaro e seus aliados de investigações.
Após o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ser flagrado em um grampo sugerindo que Bolsonaro o teria alertado sobre um possível mandado de prisão que de fato ocorreu, surgiu a suspeita de que a informação possa ter partido de Torres. Isso porque o ministro acompanhava Bolsonaro em uma viagem aos Estados Unidos no data citada por Ribeiro no telefonema.
Depois da derrota de Bolsonaro no segundo turno, Torres foi criticado por não atuar com firmeza para desfazer os centenas de bloqueios em rodovias federais por extremistas que não aceitavam a vitória de Lula.
Também foi acusado de omissão no ataque de extremistas à sede da PF no dia da diplomação de Lula, em 12 de dezembro.
Quem é Fabio Augusto Vieira
Exonerado do comando da PM-DF após a invasão dos três Poderes por extremistas, o coronel Fabio Augusto Vieira chegou ao posto em março de 2022. Ele chefiava a Subsecretaria de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF.
Um vídeo publicado em grupos bolsonaristas no Telegram mostra Vieira atuando na desocupação da sede do STF, após ter sido ferido no rosto, que está ensanguentado nas imagens.
Em entrevista coletiva em 29 de dezembro, o ainda comandante da PM-DF provocou um mal-estar com as Forças Armadas ao afirmar que havia montado uma operação naquela manhã para retirar o acampamento golpista na frente do QG do Exército, que desistiu de ter o apoio da PM de última hora.
Agentes de ordenamento urbano do DF foram hostilizados e expulsos pelos golpistas ao chegaram ao local.
Nós tínhamos cerca de 500 PMs em condições, com forças de missões especiais especializadas, e o Exército desistiu da operação. Optou por eles mesmos fazerem a retirada do local."
Coronel Fabio Augusto Vieira, ex-comandante da PM-DF
Viera tem 46 anos, 29 deles como oficial da PM. Também já exerceu o cargo de comandante do Regimento de Polícia Montada
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