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Após invasões, AGU pede prisão de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres - Elaine Menke/Câmara dos Deputados
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres Imagem: Elaine Menke/Câmara dos Deputados

Do UOL, em Brasília

08/01/2023 18h36

A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu ao STF a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O pedido é assinado por Jorge Messias e foi enviado horas após terroristas bolsonaristas depredarem a sede do tribunal e também o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, em Brasília.

Torres é o primeiro ex-ministro do governo a ter um pedido de prisão enviado ao STF desde o fim do governo Bolsonaro. Ele está nos Estados Unidos, como mostrou a colunista Juliana Dal Piva, do UOL, e foi exonerado hoje pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

A petição foi apresentada nos inquéritos das fake news e das milícias antidemocráticas, ambos sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Na peça, a AGU diz que "o mundo assiste estarrecido" às invasões das sedes dos 3 Poderes e aos ataques às instituições. No documento, Messias fala em "episódio traumático que agride o povo brasileiro".

Os atos importam ainda em prejuízo ao erário e ao patrimônio público. Causam embaraço e perturbação da ordem pública e do livre exercício dos Poderes da República, com a manifesta passividade e indício de colaboração ILEGAL de agentes públicos."
Jorge Araújo Messias, advogado-geral da União

Segundo a AGU, além de Torres, também foi pedida a prisão em flagrante de todos os envolvidos nas invasões e também de "demais agentes públicos responsáveis por atos e omissões", além da apuração e responsabilização civil e criminal dos invasores.

A petição também requer a imediata desocupação de todos os prédios públicos federais de todo o país e a dissolução de acampamentos bolsonaristas nas imediações de quarteis por meio da utilização das forças de segurança estaduais e federais.

A AGU pediu ainda que o Supremo determine às plataformas de redes sociais que exclua e suspenda a monetização de perfis que transmitiram ou promoveram os atos de invasão e depredação de prédios públicos.

O governo quer que as empresas de telecomunicações guardem registros de conexão por 90 dias para definição ou identificação de geolocalização dos usuários que estavam na Praça dos 3 Poderes durante as invasões.

Por fim, a petição solicita a apreensão de todos os veículos e bens usados nos atos criminosos e que a Agência Nacional de Transportes Terrestres mantenha registro de todos os veículos que entraram no Distrito Federal entre 5 e 8 de janeiro.