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GSI dispensou reforço de guarda no Planalto horas antes de atos, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

12/01/2023 07h50Atualizada em 13/01/2023 06h14

Um pelotão de 36 homens do Batalhão da Guarda Presidencial foi dispensado, por escrito, 20 horas antes de bolsonaristas invadirem e depredarem o Palácio do Planalto. A informação é do jornal Estado de S.Paulo.

No sábado (7), o batalhão reforçou a segurança do prédio, mas, no domingo (8), apenas o efetivo da guarda normal foi convocado. Segundo o Estadão, a guarda estava armada de fuzis com munição letal, mas tinha pouco equipamento para o controle de distúrbios civis, como escudos, bombas de gás e balas de borracha.

Apenas no início da tarde, quando o primeiro confronto foi identificado, o CMP (Comando Militar do Planalto) entrou em contato com o GSI e reenviou o pelotão ao Planalto, por iniciativa própria. Foi mobilizada uma tropa muito menor do que em outras situações, a pedido do gabinete.

Militares consultados pelo Estadão dizem que era do GSI a responsabilidade de pedir reforço para a guarda do Palácio do Planalto, assim como acionar o Plano Escudo, que prevê a proteção do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e da Granja do Torto sem que seja necessária decretação de operação de GLO (Garantia de Lei e Ordem).

Às 15 horas do domingo, o general Henrique Dutra Menezes, chefe do CMP, enviou uma companhia com 133 homens e equipamento de choque para o Planalto. O primeiro confronto com bolsonaristas extremistas aconteceu por às 14h30.

Em 2017, por exemplo, uma ação de black blocks que pediam a saída do então presidente Michel Temer (MDB), reuniu contingente 15 vezes maior.

Foi só depois da ação do CMP que o GSI formalizou o pedido de reforço e ativou o Plano Escudo. Em seguida, mais duas tropas de reforço, com 93 e 118 militares, foram enviadas.

O UOL entrou em contato com o GSI, por email, para comentar o assunto. O texto será atualizado em caso de resposta.

Governador do DF e ex-secretário de Segurança são investigados

Após a invasão às sedes dos 3 Poderes, Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do governo do DF por 90 dias, por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Anderson Torres, exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, tem pedido de prisão expedido. Ele se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) um dia antes dos atos bolsonaristas em Brasília.

O governo Lula (PT) investiga se houve omissão das autoridades no dia que bolsonaristas invadiram e destruíram prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto.

Sob a gestão do general Augusto Heleno, o GSI nomeou muitos oficiais ligados ao bolsonarismo, o que leva o PT a desconfiar da lealdade de seus integrantes.

Quando os atos bolsonaristas aconteceram em Brasília, o general Marco Edson Gonçalves Dias, nomeado por Lula para chefiar o GSI, ainda não havia nomeado sua equipe.