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Justiça torna réus acusados de armar bomba perto do aeroporto de Brasília

George Washington Sousa, que confessou ter plantado artefato explosivo no DF - PCDF
George Washington Sousa, que confessou ter plantado artefato explosivo no DF Imagem: PCDF

Do UOL, em Brasília

15/01/2023 16h01Atualizada em 15/01/2023 17h04

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios aceitou denúncia do Ministério Público e tornou réus três homens acusados de planejar e tentar executar a explosão de um artefato em um caminhão com querosene nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera de Natal do ano passado.

Quem são os 3 réus

Em decisão, o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal do Distrito Federal, afirma que a denúncia do Ministério Público preenche os requisitos para abrir uma ação penal contra o trio.

A decisão foi publicada na terça-feira passada (10), mas só se tornou pública após o magistrado levantar o sigilo do processo na sexta-feira (13).

George Washington de Oliveira Souza foi preso logo após a descoberta do artefato. Ele confessou o plano, disse que gastou R$ 170 mil com armas para um possível atentado e acusou Alan Diego dos Santos de ser parceiro na tentativa do crime.

Wellington Macedo de Souza teria posto o artefato no caminhão com querosene nas proximidades do aeroporto. Ele também já foi preso.

O único foragido é Alan Diego dos Santos, que teria auxiliado na preparação do artefato explosivo.

O trio responderá pelo crime de explosão. Segundo o Código Penal, trata-se de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de alguém mediante explosão, arremesso ou colocação de dinamite ou substância análoga. A pena pode variar de três a seis anos de prisão, além de multa.

Os réus também respondem a processos relacionados ao crime de terrorismo, mas este caso tramita na Justiça Federal.

Relembre o caso

A investigação foi aberta após a descoberta de um artefato explosivo posto em um caminhão com querosene nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera de Natal.

O empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso pela tentativa de explosão e confessou ter montado o artefato. Em depoimento à PC-DF (Polícia Civil do Distrito Federal), ele afirmou ter gasto R$ 170 mil com armas para um possível atentado organizado na cidade. O plano envolvia:

  • explodir os artefatos para radicalizar apoiadores de Jair Bolsonaro (PL)
  • entregar armas a integrantes de um grupo de bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército

"Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhados no quartel-general", afirmou o diretor-geral da PC-DF, delegado Robson Cândido ao UOL, em dezembro. "Ele e o grupo falhou, talvez por falta de conhecimento técnico sobre como artefatos do tipo funcionam."

O trio de bolsonaristas responsável pelo artefato explosivo participaram das manifestações em frente ao quartel-general do Exército na capital federal, que só foi desfeito após os atos terroristas que depredaram as sedes dos três Poderes no último domingo (8).

Ao ser preso, George Washington de Oliveira Souza contou a agentes que esteve no acampamento bolsonarista no dia 23 de dezembro e que lá ele deixou o artefato explosivo "já preparado" com Alan Diego dos Santos, que segue foragido.

Alan também é suspeito de liderar os ataques à sede da Polícia Federal em 12 de dezembro. Em vídeo obtido pelo UOL, George Washington de Olivera Souza afirma que Alan foi "um dos cabeças" do atentado.

"Ele era um dos cabeças, encabeçando na frente da Polícia Federal", disse Sousa.

A Polícia Federal identificou que o grupo responsável pela bomba no caminhão participou de atos de vandalismo em Brasília na semana anterior, segundo o jornal O Globo.

O UOL confirmou com uma fonte que a PF enviou o caso ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O motivo é que os policiais entenderam que os fatos têm relação com inquérito relatado pelo magistrado sobre a atuação de milícias em crimes contra a democracia, previstos no Código Penal.