Lilia Schwarcz: Democracia sempre ficou em risco com militares no governo
Em conversa no UOL Entrevista, a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz falou sobre a participação de militares nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e destruíram os prédios dos 3 Poderes em Brasília sem enfrentar resistência.
Ela destacou a desconfiança do governo Lula (PT) com integrantes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), demonstrada por medidas como a intervenção federal em Brasília.
Desde a Guerra do Paraguai foi construída a visão de que os militares são grandes defensores da democracia, o que não são. Toda vez que os militares entraram no governo, a democracia esteve em risco."
Lilia Schwarcz
Também participaram do UOL Entrevista de hoje a apresentadora Fabíola Cidral e os colunistas do UOL, Josias de Souza e Carla Araújo.
Destruição de arte aproxima golpistas e Estado Islâmico
Lilia Schwarcz também comparou a destruição de obras de arte em Brasília com atos do grupo terrorista Estado Islâmico.
A arte é o primeiro setor que sofre com um governo de raízes autoritárias. O Estado Islâmico destruiu patrimônio da sociedade, obras que nunca mais voltarão ao público. O mesmo aconteceu em 8 de janeiro."
Lilia citou a tela "As Mulatas", do pintor brasileiro Di Cavalcanti, uma das obras danificadas por bolsonaristas. Principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, a tela foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos.
"Esses são atos de vandalismo que visam atingir o coração do nosso patrimônio. São obras que dizem respeito a nossa nacionalidade, emoção e afeto também."
A tela é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti e, segundo a revista Galileu, foi feita exclusivamente para o Palácio.
'Bolsonaro foi construído como uma espécie de bomba-relógio das forças militares'
Lilia diz que há no Brasil um projeto de militarização do Estado, liderado por Jair Bolsonaro (PL). Ela defendeu uma apuração policial rigorosa dos atos não só contra quem participou, mas também de quem financiou e de autoridades que se comportaram de forma omissa.
"Desde 2014, Bolsonaro vai sendo construído como essa espécie de bomba-relógio das forças militares."
Ela acrescentou que "é preciso avaliar o patrimônio destruído e cobrar o ressarcimento das pessoas que participaram".
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