Primo de Ustra está entre militares dispensados por Lula do Alvorada
O governo do presidente Lula (PT) dispensou 40 militares que atuavam na coordenação do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Entre eles, está o coronel Marcelo Ustra da Silva Soares, primo do torturador da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra.
A dispensa passou a valer em 13 de janeiro, mas só foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. A Secretaria-Geral da Presidência não explicou o motivo das baixas.
Marcelo Ustra é bisneto de Celanira Martins Ustra, avó de Brilhante Ustra. Ele era assessor técnico militar do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) desde 2020. Em dezembro do ano passado, ele integrou a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Orlando, nos Estados Unidos.
Em novembro do ano passado, o coronel compartilhou nas redes sociais um vídeo do primo, com os dizeres: "Alguém pelo amor de Deus ressuscitem (sic) este homem urgente".
Quem era Brilhante Ustra
Coronel do Exército, era comandante do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna) durante a ditadura militar.
Os DOIs eram onde inimigos do regime eram presos ilegalmente e torturados, e são um símbolo da repressão militar após o AI-5 (Ato Institucional n° 5).
A Justiça de São Paulo reconheceu Ustra como torturador em primeira e segunda instância.
Ao longo de sua carreira em cargos públicos, Bolsonaro nunca escondeu sua simpatia pela ditadura e por Ustra. Durante votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, Bolsonaro dedicou seu voto à "memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma."
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