No 'bolsoverso', militares vão de salvadores da pátria a 'Frouxas Armadas'
Depois de serem vistos como possíveis salvadores da pátria para reverter o resultado da eleição presidencial, os militares passaram a ser considerados pelas redes bolsonaristas como traidores. Após a posse de Lula e a tentativa frustrada de golpe em Brasília, no WhatsApp, Facebook, Instagram e TikTok se espalham publicações que expõem a frustração.
- Se antes os apoiadores golpistas de Jair Bolsonaro gritavam "SOS Forças Armadas" e "Forças Armadas salvem o Brasil" em frente aos quartéis, hoje chamam os militares de "frouxas armadas" e "melancias" (verdes por fora e vermelhos por dentro);
- Ele também nutriam expectativa de apoio militar a um golpe de Estado até o dia do ataques, mas agora se dizem abandonados pelas Forças Armadas;
- Generais vistos como personalidades importantes para um suposto plano golpista passaram a ser apontados como traidores da pátria.
Generais traidores. Um vídeo com mais de 500 mil comentários no Facebook chama de traidores os generais do Exército Tomás Miguel Paiva, Marco Antônio Freire Gomes, Richard Nunes, Valério Stumpf e Sérgio Etchegoyen. A publicação diz que "o mesmo Exército que impediu Bolsonaro de salvar o povo, entregou o povo ao inimigo". O vídeo, de 6 minutos, é repleto de desinformação, inclusive sobre o artigo 142 da Constituição (veja a checagem).
"Morreu por falta de coragem". Uma imagem digital de uma lápide com o epitáfio "Exército Brasileiro, morreu por falta de coragem" circula no Facebook e em grupos de WhatsApp. Segundo a montagem, a instituição teria morrido em 2023.
"Generais melancias". Uma expressão muito utilizada para "ofender" militares é chamá-los de melancias —verde, em alusão às fardas, por fora e comunistas (vermelhos) por dentro.
Bolsonaristas se ressentem de que as Forças Armadas devem obediência a um "comunista" como classificam o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. O termo "frouxas armadas" virou uma hashtag para as publicações nas redes sociais.
"Farda se tornou sinal de covardia". Uma mensagem viral no WhatsApp com o título de "carta da nação às Forças Armadas brasileiras" representa o ressentimento dos bolsonaristas. Na mensagem, o autor afirma que "a farda se tornou agora um sinal de covardia, de submissão, de decadência moral, de conivência com tudo que há de repugnante". O texto diz ainda que a situação é "uma mistura de burrice com traição" e que se trata da "página mais vergonhosa e constrangedora da história das Forças Armadas no Brasil".
Por trás dos clamores golpistas por intervenção militar está uma interpretação equivocada do papel constitucional das Forças Armadas no período democrático. Em especial, distorções sobre o Artigo 142 da Constituição, que já foram checadas pelo UOL Confere(veja aqui). O artigo estabelece que as Forças Armadas se organizam "sob a autoridade suprema" do Presidente da República e não prevê que exerçam "poder moderador", como afirmam até hoje informações falsas nas redes sociais. Leia aqui a Constituição Federal.
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