Lula 'não perdoou nem vai perdoar' acampamentos e quer apuração, diz Múcio
O ministro da Defesa afirma que a relação do presidente com o Exército estava estremecida, e atribui parte disso aos acampamentos montados em frente a quarteis desde o segundo turno das eleições.
O presidente quer investir nas Forças Armadas. Mas ele não perdoou nem vai perdoar a ocupação dos acampamentos em frente ao Exército. Ele quer a apuração absoluta.
José Múcio, ministro da Defesa
Em entrevista ao jornal O Globo neste domingo (22), o ministro explica que tentou reconstruir a relação entre Lula e o general Júlio César de Arruda, ex-comandante do Exército demitido ontem (21).
Eu exauri ao máximo. Demorei para tomar a iniciativa, porque a hora foi agora. Eu precisava me convencer disso. Tentei reconstruir essa relação, porque eu vim para pacificar a relação do governo com as Forças. Senti que não havia clima. Fazíamos reuniões, mas não tinha mais clima.
O ministro também desenha o passo a passo que culminou na demissão de Arruda — que também passa pelos acampamentos.
Por mais que nos esforçássemos, aquela não era uma situação resolvida. Depois, veio o oito de janeiro, que criou muito problema. Foi um ato de vândalo misturado com terrorismo com suspeita de incitação ao golpe. Precisamos saber quem são os culpados. Evidentemente, o Exército não estava por trás daquilo, mas precisa punir as pessoas das Forças que estavam envolvidas naquilo e saber quem ajudou a depredar.
Na sexta, Lula se reuniu com Arruda, o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas na manhã de sexta (20) para, oficialmente, tratar da "modernização" das corporações.
Segundo o UOL apurou, o principal motivo da destituição seria falta de confiança por parte de Lula com o comandante.
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