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Democracia resistiu após 8/1 e é bom ter o Brasil 'de volta', diz Scholz

Do UOL, em Brasília e em São Paulo, e colaboração para o UOL

30/01/2023 19h25Atualizada em 30/01/2023 20h33

Em visita ao Brasil, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje que a "democracia resistiu" aos ataques golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília. Ao lado do presidente Lula (PT), ele celebrou o que chamou de retorno do Brasil às conversas internacionais.

Os dois se reuniram na tarde de hoje no Palácio do Planalto. Em um encontro de 1h30, trataram de estratégias de preservação do meio ambiente, incluindo investimento no Fundo da Amazônia, acordos bilaterais entre os dois países e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Me deixa muito emocionado estar aqui porque as imagens da invasão ao Congresso, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal há três semanas ainda estão muito presentes na nossa memória, e nos deixam profundamente consternados. Ainda vemos resquícios dessa destruição. São, de fato, um sinal para que tenhamos que defender a democracia. A democracia brasileira é forte e foi capaz de resistir a esse ataque."
Olaf Scholz, chanceler alemão

Durante o discurso, Scholz ainda disse que a reunião com Lula marca um "novo capítulo" nas relações entre Brasil e Alemanha.

O chanceler alemão citou, como exemplo, o combate às mudanças climáticas, proteção da floresta Amazônica e incentivo à energia renovável, como o hidrogênio verde.

Nós estamos muito felizes pelo Brasil estar de volta à cena mundial, empenhados pela maior integração regional da América Latina. Vocês fizeram falta, caro Lula. Nós dois temos grandes planos e, agora, com a expectativa da nossa cooperação futura."
Olaf Scholz

Temas do encontro. A reunião faz parte de uma tentativa de retomada do protagonismo brasileiro nas relações internacionais, com possível estreitamento de acordos entre entre Mercosul e União Europeia.

Destaques do debate da reunião:

  • Alinhar a luta contra mudança climática
  • Colaborar na ampliação dos mecanismos de proteção da floresta amazônica
  • Conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia
  • Estímulo às relações comerciais bilaterais entre Brasil e Alemanha
  • Possibilidade de pacificação do conflito Rússia x Ucrânia

Os dois concordaram ainda em fazer uma nova reunião bilateral no segundo semestre deste ano.

O encontro de Lula com Scholz —que já está na América do Sul desde a semana passada— faz parte de um esforço de reformulação da política externa do Brasil pós-governo Jair Bolsonaro (PL), algo que Lula vem falando desde a campanha.

Na posse de Lula, o presidente da Alemanha, Franz-Walter Steinmeyer, foi um dos representantes de 54 países que chegaram vieram a Brasília.

Depois da reunião entre os dois, houve outro encontro de mais 1h junto a ministros dos dois países. Do lado do governo brasileiro, participam:

  • O vice-presidente Geraldo Alckmin
  • O chanceler Mauro Vieira
  • A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva
  • O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
  • A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos
  • O ex-chanceler Celso Amorim

Na América do Sul, Scholz incluiu passagens na Argentina e no Chile. Ao lado de Alberto Fernández, presidente argentino, o alemão disse que a América Latina deverá ser um dos principais exportadores de energias renováveis do futuro —tópico no qual a Alemanha apresenta interesse.