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Lula quer China em grupo para 'encontrar a paz' entre Rússia e Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

30/01/2023 19h30Atualizada em 30/01/2023 20h39

O presidente Lula (PT) falou sobre a ideia de se criar um "grupo de países" para encontrar uma solução e determinar o fim da guerra entre Rússia e a Ucrânia.

  • O líder brasileiro citou a importância da participação da China nessas negociações.
  • Hoje, ele teve um encontro, no Palácio do Planalto, com o chanceler alemão, Olaf Scholz

A minha sugestão é que se crie um grupo de países que tentem sentar à mesa com a Ucrânia e a Rússia para encontrar uma solução de paz. E o Brasil vai se esforçar. Já falei com o [presidente francês, Emannuel] Macron, com o [chanceler da Alemanha, Olaf] Scholz, vou falar com o presidente [americano, Joe] Biden. Depois, vamos procurar outros presidentes para conversar sobre a ideia de criar esse grupo."
Lula

Na sequência, Lula defendeu que está na hora de a China pôr "a mão na massa".

E aí eu acho que nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Eu, se for a China em março, como está previsto, quero conversar sobre isso com o presidente Xi Jinping. Está na hora de a China colocar a mão na massa."
Lula

Na semana passada, a Alemanha quebrou uma tradição e decidiu fornecer a Kiev blindados de combate Leopard 2, mas rejeitou o envio de tropas à Ucrânia a fim de evitar uma escalada do conflito.

Lula sugere grupo de negociação "que seja respeitado"

O presidente brasileiro disse estar disposto a ajudar na resolução do conflito, embora não saiba como. Para ele, há pouco diálogo sobre como encontrar a paz.

Se for preciso conversar com Putin ou Zelensky, não tenho nenhum problema em conversar na tentativa de encontrar paz. O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente, que seja respeitado numa mesa de negociação, e sentar com os dois."
Lula

Qual é o alinhamento da China na Guerra?

Não é só Lula que destaca a posição da China em relação ao conflito: o próprio Olaf Scholz, em encontro com Xi Jinping em novembro de 2022, pediu ao líder chinês que usasse de sua "influência sobre a Rússia" para o fim da guerra. Pressões similares também já partiram da Otan.

No geral, a China procura se manter isenta de apoiar explicitamente qualquer um dos lados.

Nas mesas de negociação globais, os diplomatas chineses oscilam entre a abstenção — como em relação a medidas como a anexação de territórios do leste da Ucrânia — e a crítica à guerra em geral.

  • Com tensões territoriais próprias para resolver -- a situação de Taiwan, ilha considerada pelo governo chinês como parte de seu território --, não é estratégico para os chineses apoiar uma violação de fronteiras.

A ponderação, porém, não se estendeu aos aspectos econômicos da relação entre os dois países: a China se tornou a maior importadora de energia da Rússia após Putin ter sido alvo de severas sanções da União Europeia.