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OPINIÃO

Do Val piora própria situação a cada mudança de versão, analisa advogado

Colaboração para o UOL, em Salvador

02/02/2023 19h29

Após o senador Marcos do Val (Podemos) relatar duas versões diferentes sobre a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde supostamente trataram sobre um plano para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado e professor de direito da FGV-Rio Wallace Corbo afirmou que o parlamentar pode estar "cavando ainda mais o buraco em que se meteu" com a mudança da história.

Em entrevista aos jornalistas do UOL Chico Alves e Diego Sarza, durante a edição das 18h do UOL News de hoje, Corbo destacou que a mudança de versões pode configurar como crime de corrupção.

Se (Do Val) mudou de discurso entre a primeira fala e a última, em razão de pressões da família Bolsonaro ou de quem quer que seja para que ele retirasse o que disse, isso pode também ser mais um crime em que ele incorreu. O crime de corrupção é exatamente o crime de receber algum tipo de vantagem indevida para deixar de exercer uma função que deve exercer."

Em outro momento da entrevista, Corbo afirmou que, caso Marcos do Val não consiga provar o que relatou, vai depender da família Bolsonaro acusá-lo de crimes como calúnia ou difamação para que ele responda criminalmente.

Se ele não conseguir provar aí depende de quem vai querer responsabilizá-lo. A gente já viu que aparentemente pode ter havido algum tipo de acordo com a família Bolsonaro. Então, talvez os Bolsonaro não queiram acusar por exemplo de calúnia ou de difamação. Mas ele pode estar sujeito a processo ético disciplinar e ele pode estar sujeito, mesmo que ele não tenha provas, a ser incluído em qualquer inquérito que esteja apurando os ataques antidemocráticos."

Marcos do Val parece ter criado às pressas nova versão sobre suposto plano de golpe, diz Chico Alves

Na avaliação do colunista Chico Alves, Marcos do Val mudou a versão sobre a reunião com o ex-presidente após ser chamado para conversar com o senador Flávio Bolsonaro (PL). Para o jornalista, o senador foi pressionado por parte dos bolsonaristas e por isso mudou o roteiro da história.

Na madrugada de hoje, Do Val fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais dizendo que a revista Veja publicaria na sexta-feira (3) uma matéria mostrando que Jair Bolsonaro tentou coagi-lo a aplicar um "golpe de estado".

No entanto, em entrevista à Folha de S. Paulo o senador voltou atrás na acusação e afirmou que o ex-mandatário brasileiro "só ouviu" o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB).

Fica claro, na minha opinião, que ele fez uma denúncia contra Bolsonaro e depois ele foi chamado para conversar com o Flávio Bolsonaro e foi pressionado por outros bolsonaristas. Depois disso ele muda o roteiro da história e tenta adaptar agora uma nova versão às pressas".

Chico Alves: Lula verbaliza o que a lei prevê ao citar acusação de genocídio contra Bolsonaro

Após o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar a apuração de possível participação de autoridades do governo Jair Bolsonaro (PL) na suposta prática do crime de genocídio relacionado à crise humanitária enfrentada pela comunidade yanomami em Roraima, o colunista Chico Alves voltou a comentar sobre o assunto durante a edição das 18h de hoje do UOL News.

Tem gente que fala de exagero. Que não pode usar esse termo.[...] Entrevistei há alguns dias atrás uma desembargadora, que foi juíza do tribunal penal internacional de Haia durante alguns anos. Ela tem um vasto conhecimento jurídico e diz que, pelo o que aconteceu na comunidade yanomami lá em Roraima, cabe sim uma acusação contra Bolsonaro e outros integrantes como os ex-ministros Damares Alves e Ricardo Sales."

Na avaliação do jornalista, o presidente Lula (PT) apenas "verbaliza o que a lei prevê" ao comentar sobre o assunto na entrevista que concedeu à Rede TV!, que vai ao ar ainda hoje.

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