Reinaldo: Como o Congresso antiambientalista vai agir depois do caos no RS?
O colunista Reinaldo Azevedo disse no Olha Aqui! desta segunda (13) que, diante da catástrofe provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul e da possibilidade de outras tragédias no país, o Brasil precisa planejar o futuro das próximas gerações e ficar atento sobre como o Congresso, avesso ao meio ambiente, vai continuar tratando a questão.
O que se planeja para as próximas décadas? Essa bancada gaúcha está preocupada em preservar o meio ambiente? Não estou culpando, estou pedindo a responsabilidade pública. Nós temos propostas de avanço sobre a área amazônica de cultura e gado. O que isso representa em termos de regime de chuvas? Em vez de preservar, destruir? Temos propostas [no Congresso Nacional] pra diminuir em 50% a área de preservação obrigatória em município que tem até 50% de área preservada. Isso tudo é uma insanidade e o país não precisa disso, nem pra ser um dos maiores produtores de alimento do mundo. Pra além desse desastre que estamos vendo, e que infelizmente parece que vai continuar por algum tempo, como saímos dessa? Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Reinaldo destacou que para fazer frente à catástrofe atual e planejar o futuro será preciso mobilizar uma quantidade "estratosférica" de recursos.
A partir daí, nenhuma parte do país que passe por tragédia, seja extremo de chuva ou extremo de seca, pode ficar sem assistência. E, também, onde a seca é de algum modo permanente, essa assistência é necessária, porque todos os brasileiros merecem igual atenção. É muito dinheiro. E é preciso saber o que se está preparando para as gerações futuras, porque cidades grandes ou pequenas terão de ser repensadas. Há áreas em que o rio vai chegar mesmo e vai ter que tirar gente de lá. E se não pode ter gente, essas pessoas terão de ser colocadas em outro lugar. E a área vai ficar pra alagamento, porque, originalmente, era o que se tinha, área de alagamento onde estão morando pessoas. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Que a nossa solidariedade não seja conivente com os criminosos ambientais, porque a hora em que esses gastos forem propostos, qual será a reação do Congresso? Qual é o compromisso que esse Congresso tem com o meio ambiente? Como a ministra Marina Silva [no Meio Ambiente] é tratada nesse Congresso? [Fazer] um levantamento da bancada ruralista é fundamental. O que estão fazendo, o que estão propondo? Desde quando o Rio Grande do Sul está submetido a esses extremos, quais são as propostas que têm [parlamentares da bancada gaúcha]? Aliás, retiraram uma proposta antiambientalista da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) agora, porque até eles ficaram constrangidos, mas está pra ser votada. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
O colunista ressaltou que o caso gaúcho delimitou novos marcos de resposta a tragédias no país que exigirão dinheiro público.
O que estamos aprontando para as próximas décadas? Como é que um Congresso, na sua maioria inimigo do meio ambiente, vai passar a se comportar a partir de agora? Vai ter clareza do que é necessário? O governo que muitos consideravam um espetáculo é aquele cujo ministro do meio ambiente dizia: 'Nós estamos aproveitando notícia ruim para passar a boiada'. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
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