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Treino para Swat e Tropa de Elite: quem é Marcos do Val?

Colaboração para o UOL

04/02/2023 04h00

Natural de Vitória, no Espírito Santo, Marcos do Val, de 51 anos, foi eleito senador pelo Podemos em 2018, aos 47. E teve uma trajetória com polêmicas, a principal dela sobre os R$ 50 milhões que teria recebido, mas que voltou atrás nas declarações.

O que foi isso?

  • Em 2021, Do Val disse ter recebido R$ 50 milhões em emendas de relator por ter apoiado Rodrigo Pacheco.
  • Depois de ver a repercussão, voltou atrás e disse ter sido uma "má interpretação", pois o valor foi recebido pelo Espírito Santo.

E antes?

Antes de ingressar na vida política, segundo o próprio ex-deputado, prestou o serviço obrigatório do Exército Brasileiro no 38º Batalhão de Infantaria/ES e ficou famoso como instrutor na área de segurança pública, além de ser mestre em Aikido - arte marcial japonesa, desenvolvida em meados dos anos 30.

Em 1990, fundou a CATI (Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações), oferecendo cursos e treinando agentes da:

  • Swat (unidade especial da polícia norte-americana);
  • Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço);
  • FBI (agência que investiga crimes federais norte-americanos);
  • Navy Seals (Força de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos);
  • Carabinieri (força policial italiana) de Roma e Vaticano;
  • Além de mais de 120 corporações espalhadas pela China, França, Espanha, Luxemburgo, Bélgica, Portugal, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Equador, Colômbia e Brasil.

Foi a partir da criação de sua empresa que Marcos do Val foi convidado a participar das gravações do conceituado longa brasileiro "Tropa de Elite", dirigido por José Padilha e Marcos Prado, auxiliando atores e figurantes na realização de exercícios de incursão em favelas.

Em seu site oficial, diz que também recebeu os títulos de:

  • Membro Honorário da Swat de Beaumont, no Texas, Estados Unidos;
  • Mestre Honoris Causa em Artes Marciais pela FACEI;
  • Doutor Honoris Causa em Artes Marciais, pela Universidade Erich Fromm World University, na Flórida, Estados Unidos;
  • Além dos títulos, em 2015 tornou-se o primeiro brasileiro a ser admitido como membro da Associação Europeia de Tiro Policial, título conquistado em Paris, na França.

Ingressou na vida política em 2018. Candidatou-se ao Senado pelo PPS (Partido Popular Socialista) — que, posteriormente, mudou de nome, virando Cidadania —, e recebeu mais de 800 mil votos. Em 2019, se desligou do Cidadania e filiou-se ao Podemos, partido em que está até hoje.

Ocupou cargos importantes durante seu mandato como senador, como por exemplo na Mesa Diretora do Senado (1º suplente de secretário).

Famoso nas redes sociais, Do Val foi um importante representante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dentro do Senado. Após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se tornou um dos principais nomes contra o atual governo, inclusive acusando a gestão de Lula de permitir os ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, na sede dos Três Poderes, em Brasília.

Afastamento e acusação de golpe. Na última quarta-feira, 1º, Do Val informou que apresentaria sua renúncia como senador, apesar de ter mandato vigente até 2026, saindo definitivamente da política. O motivo, segundo ele, seria por ter sido coagido por Jair Bolsonaro e pelo deputado Daniel Silveira (PTB) — preso por descumprimento de ordens do STF (Supremo Tribunal Federal) — a dar um golpe de Estado, prática que é crime previsto na Constituição Federal.

Marcos se recusou e denunciou o caso ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em dezembro do ano passado. À revista Veja, o senador informou que participou de uma reunião no Palácio da Alvorada com o então presidente Jair Bolsonaro e Daniel Silveira, no dia 9 de dezembro, a fim de planejar uma aproximação a Moraes e gravá-lo em ato comprometedor, com o intuito de impedir a posse de Lula.

Três dias depois, no dia 12, Val pediu uma reunião com Moraes, no qual refez a denúncia. Nesse mesmo dia, Lula foi oficialmente diplomado na sede do TSE. A Polícia Federal investiga a suposta coação do ex-presidente e o vandalismo ocorrido nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.

Depois das declarações, Do Val recuou em sua acusação de coação em relação a Bolsonaro e também recuou da intenção de renunciar ao mandato e abandonar a vida pública.