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‘Invasores’ ou ‘vândalos’: Senado barra termo ‘manifestantes’ sobre 8/1

Faixa etária prevalente entre os mais de mil detidos nos atos de 8 de janeiro era de 50 a 59 anos; entre 60 e 69 anos, houve 40 pessoas presas. Mais duas tinham mais de 70 anos, e uma terceira, mais de 80 - REUTERS
Faixa etária prevalente entre os mais de mil detidos nos atos de 8 de janeiro era de 50 a 59 anos; entre 60 e 69 anos, houve 40 pessoas presas. Mais duas tinham mais de 70 anos, e uma terceira, mais de 80 Imagem: REUTERS

Colaboração para o UOL, em Salvador

10/02/2023 22h20Atualizada em 10/02/2023 22h20

A orientação foi publicada originalmente no Manual de Comunicação da Secom (Secretaria de Comunicação) do Senado no último dia 7, e atualizado no dia seguinte. O documento define os princípios do trabalho da equipe de comunicação da Casa.

O comunicado diz que "vândalos invadiram, depredaram e saquearam" os prédios dos Três Poderes, em Brasília, e que não se recomenda o uso da expressão "manifestantes", já que o que não foi uma manifestação.

Para se referir às pessoas que participaram dos atos antidemocráticos nas sedes dos três Poderes, a Secom usa os termos "invasores" ou "vândalos". Não se recomenda o uso das expressões "manifestantes", já que o que houve não foi uma manifestação, nem "terroristas", designação dada apenas àqueles já condenados pela Justiça por crime de terrorismo

Porém, a orientação também veta o uso do termo "terroristas", já que os envolvidos nos atos golpistas não foram condenados por crime de terrorismo. Para se referir ao evento, a Secom do Senado recomenda usar "o 8 de janeiro", "as invasões do 8 de janeiro", "atos de vandalismo", "atos antidemocráticos".

Invasão completa um mês

Um mês após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, ainda faltam respostas sobre a omissão de agentes de segurança e uma possível participação organizada de lideranças políticas.

Uma possível influência de Jair Bolsonaro (PL) nos atentados é um dos focos das investigações da PF e do Judiciário. Pessoas próximas ao ministro Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos, e membros de orgãos ligados às investigacões, como o Ministério da Justica, dizem que o papel de Bolsonaro precisa ser esclarecido.

Nos bastidores do Judiciário e na classe política a avaliação é que as investigações tendem a fechar o cerco contra Bolsonaro —algo visto com certa expectativa pelo Palácio do Planalto. No Congresso, políticos da situação acreditam que as apurações tendem a ganhar força assim que o ex-presidente retornar ao Brasil.