Gilmar diz que alertou Ibaneis sobre Anderson Torres: 'Quem avisa, amigo é'
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes contou hoje que aconselhou o governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) a não indicar o ex-ministro Anderson Torres para a Secretaria de Segurança Pública.
"Eu intuía que isso ia dar errado", afirmou ele em entrevista à Globo News.
Quando saiu a primeira nota que Anderson Torres seria secretário, já tinha inquéritos, estava sendo investigado desde a live do Bolsonaro que participou. Eu intuía que, assumindo a Secretaria de Segurança Pública, teria fricção, e talvez o Supremo tivesse que suspendê-lo das atividades
Gilmar Mendes, ministro do STF
Segundo Gilmar, Ibaneis disse que tinha controle da situação, e que Anderson Torres havia sido um "bom parceiro para o Distrito Federal". "Óbvio que quem avisa, amigo é", declarou o ministro.
Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro. Ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Torres é suspeito de omissões que resultaram na invasão e destruição das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro — no dia, ele estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos.
Em operação de busca e apreensão na casa dele, agentes da PF encontraram uma proposta de decreto para reverter o resultado da eleição.
Em nota, Torres negou as acusações. "Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer conivência minha com as barbáries que assistimos", disse.
Torres já tinha se envolvido em outras controvérsias. Ele participou de uma transmissão ao vivo nas redes sociais em que Bolsonaro questionou, sem fundamentos, a segurança das urnas eletrônicas.
Além disso, como ministro da Justiça, ele era chefe da PRF (Polícia Rodoviária Federal), investigada por ter feito bloqueios nas estradas no dia do segundo turno das eleições.
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