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Lula diz que Bolsonaro 'ativou seus milicianos' no ato golpista de 8/1

Colaboração para o UOL, em Salvador e do UOL, em São Paulo

16/02/2023 18h15Atualizada em 17/02/2023 08h00

O presidente afirmou, durante entrevista à CNN Brasil divulgada hoje, que seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), "ativou seus milicianos" para depredarem os prédios dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Ele [Bolsonaro] sabe que ele tem responsabilidade pelos atos do dia 8 de janeiro. Na minha cabeça eu tenho noção de que ele tava tentando fazer aquilo no dia 1º de janeiro. Não fez porque tinha muita gente aqui, e ele pegou o momento em que toda sociedade tava tranquila para ativar seus milicianos para fazer aquela baderna que ele fez aqui."
Lula, em entrevista à CNN Brasil

Nesta semana, Bolsonaro disse que planeja retornar ao Brasil em março para liderar a oposição política a Lula, em entrevista ao jornal The Wall Street Journal. O petista cobra agora um "debate verdadeiro".

Ele [Bolsonaro] vai voltar, vai ser oposição. Acho que é importante que a gente tenha oposição, é importante que a gente possa continuar debate. Mas é importante que a gente faça um debate verdadeiro, não mentiroso. Que as informações que a sociedade receba sejam muito verdadeiras para que a sociedade possa melhor escolher."
Lula

Comandante dispensado

Hoje, o Exército divulgou um comunicado à tropa para informar que o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes será dispensado da função. Ele era comandante militar do Planalto, responsável pelas forças militares durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

O general será substituído por Ricardo Carmona, que atuava como diretor de Educação Superior Militar. Dutra foi realocado para a 5ª Subchefia do Exército, responsável pelas relações exteriores do Exército com outras forças armadas do mundo. Segundo fontes ouvidas por UOL, o novo posto de Dutra é considerado prestigiado.

Um dos principais alvos das investigações na PGJM é justamente a atuação do CMP (Comando Militar do Planalto), que era chefiado pelo general Gustavo Dutra de Menezes. A divisão é responsável pela segurança do Palácio do Planalto e é alvo de desconfiança por parte do governo. Lula já havia pedido ao atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, a saída de Dutra do Planalto.

Presos nos atos

Enquanto isso, Polícia Federal e MPF (Ministério Público Federal) tentam descobrir mais sobre os envolvidos nos atos. O objetivo é aplicar as punições corretas aos que cometeram crime e alcançar os financiadores e organizadores dos ataques.

Segundo recente levantamento do MPF, que perfila os envolvidos nos atos antidemocráticos, metade dos presos nesse receberam auxílio emergencial.

Além disso,

  • possuem idades entre 36 e 55 anos;
  • 60% são homens;
  • há ex-candidatos entre os detidos;
  • menos de um quinto possui filiação a algum partido.
Até agora, 835 pessoas foram denunciadas pela PGR (Procuradoria-Geral da União) por participação nos atos de 8 de janeiro.