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Novo juiz da Vara da Lava Jato fez doação para campanha de Lula na eleição

O juiz federal Eduardo Appio, que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, no último dia 7 - Divulgação JF-PR
O juiz federal Eduardo Appio, que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, no último dia 7 Imagem: Divulgação JF-PR

Colaboração para o UOL, em Salvador

17/02/2023 15h51Atualizada em 17/02/2023 18h43

Eduardo Appio aparece na plataforma de candidaturas e contas eleitorais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como um dos participantes do financiamento coletivo.

O juiz federal doou R$ 13, número do presidente Lula (PT) nas urnas, no dia 25 de setembro do ano passado.

Procurada pela UOL, a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná disse que não comentaria o caso a pedido do próprio magistrado.

Eduardo Appio foi anunciado como o novo chefe da 13ª Vara Federal de Curitiba no último dia 7. Ele assumiu a vaga após seu antecessor, Luiz Antonio Bonat, ser eleito desembargador federal.

Durante os primeiros anos da Operação Lava Jato, a Vara foi comandada pelo atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que chegou a condenar o presidente Lula em processos ligados à investigação sobre esquemas de corrupção na Petrobras.

A plataforma do TSE também mostra que o juiz federal também doou R$ 40 para a campanha da deputada estadual Ana Júlia Pires Ribeiro, filiada ao PT do Paraná.

TSE mostra doações do novo juiz da Lava Jato - Reprodução/TSE - Reprodução/TSE
TSE mostra doações do novo juiz da Lava Jato
Imagem: Reprodução/TSE

Críticas a Moro e Deltan

O juiz que ocupa a cadeira que já foi de Sergio Moro é abertamente um crítico dos métodos da Operação Lava Jato.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publlicada na quarta-feira (15), Appio defendeu a revisão da tese de que "a Lava Jato morreu", em uma referência ao discurso de Moro e Deltan em suas candidaturas ao Legislativo no ano passado.

Ele afirma que busca ampliar a equipe dedicada e evitar prescrições, o que incluirá reclamações ao Conselho Nacional de Justiça se não houver providências de outros juízes em casos inicialmente abertos no Paraná.

O juiz também disse que jamais usaria o cargo para obter projeção política. "Não me elegeria síndico, seguramente —porque lá no meu prédio só tinha a bandeira do Brasil nas eleições."