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Mourão: Seria banho de sangue se PM entrasse em acampamento no DF em 8/1

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/02/2023 11h43Atualizada em 24/02/2023 13h33

O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou ao UOL Entrevista de hoje (24) que teria ocorrido um "banho de sangue" caso o Exército tivesse permitido a entrada da Polícia Militar no acampamento golpista na noite de 8 de janeiro, em Brasília.

Em relação a impedir a entrada naquela noite, em 8 de janeiro, seria um banho de sangue, por uma razão muito simples: As forças da segurança pública estavam com os olhos injetados. Por quê? Porque durante a arruaça que aconteceu, houveram (sic) agressões a policiais militares, então a turma queria revidar."

Após as cenas de terrorismo praticadas por bolsonaristas em Brasília, a Polícia Militar tentou desmantelar o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército na capital, mas os soldados fizeram uma barreira para impedir a ação dos policiais. Os golpistas foram dispersados na segunda (9/1).

Mourão não vê responsabilidade das Forças Armadas pelos atos de vandalismo. Ele afirmou que os militares agem de acordo com um tripé, que é o da legalidade, da legitimidade e da estabilidade.

"O Exército não age fora da legalidade, dentro daquilo que é a nossa missão constitucional. Age também dentro da legitimidade que o Exército tem junto à população. Daí essa quantidade de gente que estava acampada em frente ao QG, pedindo intervenção. O Exército ouviu aquilo e não tomou nenhuma atitude porque estava fora da legalidade, e também mexeria no terceiro ponto desse tripé, que é a estabilidade."

Mourão defende golpistas e diz que vai pedir que STF 'separe joio do trigo'

Mourão ainda disse que vai se reunir com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, para pedir à ministra que acelere os processos contra os presos por participação nos atos de vandalismo que depredaram as sedes dos Poderes da República em 8 de janeiro.

"Consideramos que tem muita gente que está ali que cometeu, vamos dizer assim, não é nem crime, cometeu ilegalidade, por exemplo, participou da marcha, entrou no Palácio [do Planalto], mas não quebrou nada", iniciou.

"Vamos pedir para agilizar os processos dessas pessoas, separar o joio do trigo, e essas pessoas que paguem multa, cestas básicas, paguem serviços comunitários, para pessoas que invadiram o patrimônio público, mas não quebraram", completou.

Mourão: Não falei mais com Bolsonaro, última vez foi pelo WhatsApp em 2022

No UOL Entrevista, o ex-vice-presidente afirmou que não mantém mais contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que a última vez que eles se comunicaram foi no final de 2022, por mensagens trocadas no WhatsApp.

Não falamos mais. Último contato foi quando ele estava indo para o aeroporto, me mandou uma mensagem por WhatsApp, me pedindo para assinar uns decretos. Depois fui execrado, mas assinei dentro da lealdade que caracteriza o cargo."

Hamilton Mourão também disse que é "possível" que Jair Bolsonaro seja preso por possíveis crimes que tenha cometido em seu governo, devido aos vários inquéritos que tramitam contra ele na Justiça. Porém, o parlamentar ressaltou que isso seja "pouco provável" de acontecer.

Veja a íntegra da entrevista: