Após Lula reforçar que ignorará lista tríplice, ANPR diz que vai insistir
O presidente Lula (PT) havia afirmado hoje que "não pensa mais em lista tríplice" para escolher quem substituirá Augusto Aras à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O que está em jogo?
- Desde 2001, a ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República) envia os três nomes mais votados pelos pares do Ministério Público ao presidente. A medida visa a orientar a escolha de quem conduzirá a PGR por dois anos. O mandato é renovável.
- Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, em 2001, e Jair Bolsonaro, em 2019 e 2021, não indicaram um nome escolhido pelos procuradores. Lula e Dilma acolheram a indicação da ANPR e indicaram o primeiro colocado da lista para o comando da PGR.
- As indicações devem ser aprovadas pelo Senado. Tanto a escolha quanto a sabatina são consideradas estratégicas porque cabe ao chefe do MPF (Ministério Público Federal) propor ações contra o presidente e políticos de alto escalão, além de se manifestar em processos que tramitam no STF (Superior Tribunal Federal), por exemplo.
Continuamos insistindo que a lista tríplice permite transparência na escolha, somada a uma legitimidade decorrente do processo em si. A ANPR fará a lista, levará ao Presidente e procurará para dialogar."
ANPR, em nota
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews, o presidente disse que a escolha de um dos três nomes apresentados pela ANPR "nem sempre resolve o problema". Ele disse ainda que será mais "criterioso" em sua decisão.
O presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, disse que a entidade vai elaborar a lista, mesmo que Lula ignore.
Nós vamos continuar fazendo nosso trabalho, inclusive para tentar convencer o presidente a adotar a lista e sustentar o que a gente vem sustentando desde sempre: que a lista não é corporativa, mas um processo transparente, em que os candidatos se apresentam. Nós vamos continuar em campanha para conversar diretamente com o presidente para expor as nossas razões
Cazetta, da ANPR
PT é contra
Segundo a colunista Carolina Brígido, do UOL, a avaliação dentro da sigla é que Lula obteve prejuízo judicial ao escolher nomes da lista. Antonio Fernando de Souza, por exemplo, denunciou o esquema do mensalão —que não mirou Lula, mas atingiu aliados importantes.
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