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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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Procuradores vão elaborar lista tríplice para PGR, mesmo que Lula não use

Presidente Lula -  O Antagonista
Presidente Lula Imagem: O Antagonista

Colunista do UOL

02/03/2023 17h32Atualizada em 02/03/2023 21h45

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O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Ubiratan Cazetta, disse nesta quinta-feira (2) à coluna que a entidade vai elaborar uma lista tríplice com sugestões para comandar a PGR (Procuradoria-Geral da República), mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não leve o documento em conta.

Horas antes, Lula disse, em entrevista à rádio BandNews FM, que vai usar "o critério pessoal" para escolher o sucessor de Augusto Aras, cujo mandato termina em setembro. O petista disse que não vai adotar qualquer lista tríplice nesse processo. "O critério será pessoal, de muita meditação, vou conversar com muita gente", disse Lula à emissora.

"Nós vamos continuar fazendo nosso trabalho, inclusive para tentar convencer o presidente a adotar a lista e sustentar o que a gente vem sustentando desde sempre: que a lista não é corporativa, mas um processo transparente, em que os candidatos se apresentam. Nós vamos continuar em campanha para conversar diretamente com o presidente para expor as nossas razões", disse Cazetta.

Ainda segundo o procurador, mesmo que Lula mantenha essa postura, a lista será elaborada. "Vamos fazer de qualquer forma", anunciou. Cazetta afirmou que os candidatos devem ser apresentados a Lula até o início de julho.

Segundo a Constituição Federal, o comando da PGR é de livre escolha do presidente da República. Historicamente, a categoria elabora uma lista tríplice e apresenta ao chefe do Executivo, que pode adotá-la ou não. Nos dois primeiros mandatos, Lula levou a opinião da categoria em conta para escolher o procurador-geral. Bolsonaro, por sua vez, não fez isso.

A avaliação no PT é que Lula obteve prejuízo judicial ao escolher nomes da lista. Antonio Fernando de Souza, por exemplo, denunciou o esquema do mensalão - que não mirou Lula diretamente, mas atingiu aliados importantes do presidente.