Joias para Michelle: Bolsonaro já chamou príncipe saudita de 'quase irmão'
Jair Bolsonaro (PL) já expressou publicamente admiração pelo príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman.
- O ex-presidente negou que tenha tentado enviar ilegalmente ao Brasil joias avaliadas em R$ 16 milhões, que teriam sido um presente do país à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro
- "Não pedi, nem recebi", disse ele à CNN Brasil.
O governo brasileiro poderia ter recebido as joias como um presente oficial. Mas, neste caso, os bens ficariam para o Estado, e não com a família Bolsonaro.
"Quase irmão": Bolsonaro disse ter este sentimento de afinidade pelo príncipe em uma conferência em Riad, na Arábia Saudita, em outubro de 2019. Ele visitava o país pela primeira vez na ocasião.
"Todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres", declarou Bolsonaro a jornalistas durante a viagem.
Mohammed bin Salman é herdeiro de um regime monárquico denunciado por violar direitos humanos.
O príncipe é acusado de ser o principal mandante do assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi, um opositor do regime saudita; ele foi morto em 2018 dentro da embaixada saudita em Istambul, na Turquia.
Governo tentou fazer com que joias entrassem ilegalmente no país em 2021
- Um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes de Michelle foram encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que assessorava o então ministro Bento Albuquerque, em outubro de 2021;
- As joias teriam sido um presente do governo da Arábia Saudita à então primeira-dama;
- As joias foram retidas pela Receita Federal no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), porque a legislação brasileira obriga que seja feita a declaração de bens vindos de fora com valor superior a mil dólares.
- Ontem, ao Estadão, o ex-ministro de Minas e Energia admitiu que trouxe a encomenda para Michelle, mas alegou não saber o que tinha dentro, porque o pacote estava fechado.
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