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Bolsonaro confirma manter joias em acervo pessoal, diz CNN

Outro pacote de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita foi entregue ao governo de Jair Bolsonaro - Ueslei Marcelino/Reuters e Reprodução
Outro pacote de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita foi entregue ao governo de Jair Bolsonaro Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters e Reprodução

Do UOL, em São Paulo

08/03/2023 13h11

O ex-presidente Jair Bolsonaro teria confirmado a um repórter da CNN que incorporou um estojo de joias dadas pela Arábia Saudita ao acervo pessoal dele.

O posicionamento de Bolsonaro

  • A informação foi divulgada na tarde de hoje na TV e no portal da CNN. Segundo o jornalista Leandro Magalhães, Bolsonaro confirmou que recebeu um estojo com uma caneta, um anel, um relógio, um par de abotoaduras e um terço.

Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz
Jair Bolsonaro, sobre estojo incorporado em seu acervo pessoal, à CNN

  • A princípio, Bolsonaro teria alegado à CNN que o estojo foi entregue ao departamento de documentação do Palácio do Planalto, sendo enviado para o presidente no mesmo dia para "conferência" e passado ao seu acervo privado em seguida.

A declaração de Jair Bolsonaro é posterior à repercussão da denúncia, feita pelo ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo que afirma que o ex-presidente recebeu pessoalmente e está com um segundo pacote de joias dado pelo governo da Arábia Saudita ao então chefe do Executivo brasileiro, e que foi trazido de forma ilegal para o país.

Segundo a GloboNews, policiais federais já tiveram acesso a um documento que aponta que os itens foram computados como bens pessoais de Bolsonaro. No entanto, a legislação diz que deveriam ser patrimônio do Estado.

O Estadão também divulgou na semana passada a história de um outro estojo de joias no valor de R$ 16,5 milhões, presenteado a Michelle Bolsonaro, que foi apreendido pela Receita Federal após a chegada da comitiva brasileira de uma viagem à Arábia Saudita. Bolsonaro teria feito ao menos oito tentativas de recuperação dessas joias.

O ex-presidente atuou pessoalmente para reaver as joias de R$ 16,5 milhões; ele chegou a enviar um sargento da Marinha, em avião da FAB (Força Aérea Brasileira), gravado tentando recuperar os itens na Receita Federal. Três ministérios também foram acionados, sem sucesso.