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Governador do AC e 15 empresas têm R$ 120 milhões, avião e casas bloqueados

Governador do Acre, Gladson Cameli (PP), tem R$ 10 milhões em bens bloqueados pela Justiça - Reprodução/Facebook
Governador do Acre, Gladson Cameli (PP), tem R$ 10 milhões em bens bloqueados pela Justiça Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

09/03/2023 08h21Atualizada em 09/03/2023 12h19

A Polícia Federal deflagrou nesta manhã (9) a terceira fase da Operação Ptolomeu contra corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre. O governador Gladson Cameli (PP) e familiares são alvos.

O que aconteceu:

  • A PF cumpre hoje 89 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal. São 300 agentes nas ruas do Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas e Rondônia, além do DF.
  • Entre os investigados estão o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), seu irmão Gledson Cameli e o pai Eladio Cameli.
  • Também são alvos 34 agentes públicos e empresários, diz a PF.
  • Cameli teve bens bloqueados e será obrigado a entregar o passaporte à Justiça em 24 horas. São alvos da medida veículos, aeronave e imóveis avaliados em R$ 10 milhões.
  • O STJ autorizou a indisponibilidade de cerca de R$ 120 milhões dos investigados por meio do bloqueio de contas e sequestro de aeronaves, casa e apartamentos de luxo.
  • Além disso, 15 empresas investigadas tiveram suas atividades econômicas suspensas.

A nova fase da operação tem como objetivo ressarcir parte dos valores desviados dos cofres públicos, segundo a PF. O STJ também determinou outras medidas cautelares, como a suspensão do exercício da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados.

A Operação Ptolomeu começou em 2021 após a PF identificar uma organização criminosa, controlada por políticos e empresários ligados ao governo do Acre, que desviava recursos públicos e lavava dinheiro para ocultar sua origem e destino. Também participam da operação de hoje a CGU (Controladoria Geral da União) e da Receita Federal.

Em nota, a defesa do governador Gladson Cameli disse ver com surpresa a nova fase da operação e criticou as medidas cautelares. "Descabida ordem", diz a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e Telson Ferreira. Leia:

"A defesa vê com surpresa a terceira fase de um inquérito que se arrasta há dois anos. Trata-se de uma investigação baseada em uma pescaria probatória e uma devassa financeira ilegal, que atacou a família do governador como forma de driblar o foro adequado.

Desde então, o governador já prestou os devidos esclarecimentos, colocou-se à disposição das autoridades e assim permanece. O governador confia na Justiça e irá cumprir todas as medidas. E respeitosamente irá recorrer das cautelares, o que inclui a descabida ordem para não falar com o próprio pai e irmãos."

No Instagram, o governador Gladson Cameli disse que confia na Justiça e que "a verdade sempre prevalece". Ele não citou as investigações contra seu pai e irmão. Leia na íntegra:

"A respeito das ações da Operação Ptolomeu, promovida pela Polícia Federal, o governador do Acre, Gladson Cameli, tem a declarar que:

a. Essa é mais uma etapa da operação de mesmo nome. Com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido;

b. Mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações;

O governador reafirma o seu apoio e confiança na Justiça, para que a verdade sempre prevaleça."