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Devolver relógio do Qatar seria deselegante, diz ex-ministro de Bolsonaro

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/03/2023 18h25

Em vídeo postado hoje em rede social, o ex-ministro do Turismo na gestão Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado Neto, disse que um órgão vinculado à Presidência da República teria afirmado que seria "deselegante" ele devolver um relógio de luxo que recebeu do governo do Qatar em 2019.

O que Gilson falou:

  • Ele disse que ao receber o presente, notificou o então presidente Bolsonaro, que teria orientado a devolução do item;
  • Porém, Gilson afirma que, ao tentar devolver o relógio, o Conselho de Ética da Presidência teria permitido que ele ficasse com o objeto, porque devolvê-lo "seria uma questão de deselegância" com o governo catari;
  • O ex-ministro do Turismo também negou que tenha se recusado a devolver a peça e disse estar "à disposição" do TCU (Tribunal de Contas da União).

Gilson Machado Neto é um dos ministros da gestão Jair Bolsonaro que receberam relógios de luxo da marca Cartier do governo do Qatar durante uma viagem ao país em outubro de 2019. Na ocasião, o ex-secretário do antigo ministério da Economia, Caio Megale, também recebeu um exemplar. Na última segunda-feira (6), ele disse que vai devolver o relógio de luxo.

Outros presenteados com relógios foram Osmar Terra (Cidadania) e Ernesto Araújo (Relações Internacionais). Até o momento, os ex-ministros não informaram se pretendem devolver as peças dadas pelo Qatar.

A iniciativa de devolver os relógios só aconteceu após o TCU notificar a Comissão de Ética da Presidência da República e alertar que o recebimento de presentes caros por funcionários do governo extrapola "princípios da razoabilidade e da moralidade" pública. O órgão orientou a devolução dos presentes.

Bolsonaro também recebeu presentes caros e está de posse de joias ilegais: