Devolver relógio do Qatar seria deselegante, diz ex-ministro de Bolsonaro
Em vídeo postado hoje em rede social, o ex-ministro do Turismo na gestão Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado Neto, disse que um órgão vinculado à Presidência da República teria afirmado que seria "deselegante" ele devolver um relógio de luxo que recebeu do governo do Qatar em 2019.
O que Gilson falou:
- Ele disse que ao receber o presente, notificou o então presidente Bolsonaro, que teria orientado a devolução do item;
- Porém, Gilson afirma que, ao tentar devolver o relógio, o Conselho de Ética da Presidência teria permitido que ele ficasse com o objeto, porque devolvê-lo "seria uma questão de deselegância" com o governo catari;
- O ex-ministro do Turismo também negou que tenha se recusado a devolver a peça e disse estar "à disposição" do TCU (Tribunal de Contas da União).
Gilson Machado Neto é um dos ministros da gestão Jair Bolsonaro que receberam relógios de luxo da marca Cartier do governo do Qatar durante uma viagem ao país em outubro de 2019. Na ocasião, o ex-secretário do antigo ministério da Economia, Caio Megale, também recebeu um exemplar. Na última segunda-feira (6), ele disse que vai devolver o relógio de luxo.
Outros presenteados com relógios foram Osmar Terra (Cidadania) e Ernesto Araújo (Relações Internacionais). Até o momento, os ex-ministros não informaram se pretendem devolver as peças dadas pelo Qatar.
A iniciativa de devolver os relógios só aconteceu após o TCU notificar a Comissão de Ética da Presidência da República e alertar que o recebimento de presentes caros por funcionários do governo extrapola "princípios da razoabilidade e da moralidade" pública. O órgão orientou a devolução dos presentes.
Bolsonaro também recebeu presentes caros e está de posse de joias ilegais:
- O ex-presidente Jair Bolsonaro está de posse de um conjunto de joias da marca suíça Chopard, trazido ilegalmente para o país. As joias teriam sido dadas pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2021;
- A antiga gestão também tentou fazer com que um conjunto de diamantes avaliado em R$ 16,5 milhões, igualmente dada pelo governo saudita, para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, entrasse de forma ilegal no Brasil, mas as peças foram retidas pela Receita Federal;
- Bolsonaro movimentou ministérios e pressionou a Receita para reaver as peças milionárias, mas não obteve êxito.
- Por meio de seu advogado, Frederick Wasseff, o ex-presidente nega qualquer irregularidade. Michelle, por sua vez, ironizou as notícias sobre o caso.
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