Torres chama minuta golpista de folclórica em ação contra Bolsonaro no TSE
O ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Anderson Torres prestou depoimento hoje (16) na ação de investigação eleitoral que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Preso desde janeiro, Torres participou por videoconferência. A oitiva durou uma hora e meia.
Fontes consultadas pelo UOL em caráter reservado relataram que Torres respondeu a todas as perguntas feitas e estava "tranquilo" durante o depoimento, principalmente ao falar sobre a minuta de teor golpista encontrada em sua residência.
Torres minimizou o documento, chamando-o de "texto folclórico", "loucura" e "lixo". Questionado sobre a autoria da minuta, o ex-ministro disse que "não sabe" quem elaborou a proposta.
A declaração, segundo fontes consultadas pelo UOL, repetiu o depoimento prestado por Torres em fevereiro à Polícia Federal. Na ocasião, o ex-ministro afirmou que a minuta "não tinha viabilidade jurídica", mas não soube explicar quem elaborou o documento.
"Ele usou todos esses atributos e não tem outro adjetivo para aquilo. É todo viciado, toda a sua forma. É um documento juridicamente inviável", afirmou o criminalista Rodrigo Roca, que defende Torres. "O ex-ministro qualificou como lixo".
Sobre a participação na live em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral, Roca disse que Torres se limitou a ler um relatório da Polícia Federal, sem fazer juízo de valor sobre o texto.
"Ele foi convocado, ele foi chamado para participar de uma live. O que se esperava que ele fizesse?", questionou. "A participação dele ali era de menor importância. Não havia razão para declinar do chamado do presidente".
Torres também negou ter envolvimento com a reunião de Bolsonaro com embaixadores, em julho do ano passado.
A defesa de Bolsonaro chegou a apresentar um recurso ao TSE para evitar o depoimento de Torres, alegando que a medida seria "impertinente" e com "pouca ou nenhuma utilidade processual" uma vez que o ex-ministro já foi ouvido no inquérito sobre os atos golpistas no Supremo Tribunal Federal.
Torres foi interrogado sobre a minuta de teor golpista encontrada em sua residência durante buscas da Polícia Federal e seu eventual envolvimento na reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, em julho do ano passado.
O ex-ministro também deveria explicar sua participação na live feita por Bolsonaro que atacou o sistema eleitoral, em julho de 2021.
Torres prestou depoimento na ação de investigação eleitoral mira Bolsonaro por suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022. O processo foi movido pelo PDT.
Na ocasião, o então presidente reciclou mentiras contra o processo eleitoral — das 16 ações contra Bolsonaro, esta é a mais avançada e foi "turbinada" com a inclusão da minuta golpista encontrada na casa de Torres.
Como mostrou o UOL, os advogados do PDT pediram a inclusão ao processo da minuta de teor golpista, mas o documento deve ser o único derivado das apurações dos atos golpistas que será adicionado ao caso.
A estratégia é não abrir brechas para a ação ser travada com discussões processuais. A intenção é garantir não apenas a condenação de Bolsonaro, mas que os recursos sejam rejeitados até o final do semestre.
Além de Torres, também presta depoimento hoje no TSE o perito da Polícia Federal Ivo de Carvalho Peixinho, que será questionado sobre a live em que Bolsonaro usou um inquérito da PF para atacar o sistema eleitoral.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.