Dino diz que processará Eduardo Bolsonaro por racismo e quebra de decoro
Em entrevista ao UOL News nesta sexta, Flávio Dino revelou que entrará com processo contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por racismo e quebra de decoro. O parlamentar associou o ministro da Justiça e da Segurança Pública ao crime organizado por visitar o Complexo da Maré nesta semana.
A princípio, nem cogitei entrar com representações porque essa gente não merece muita atenção. Mas fiz uma reflexão quanto à agressão a milhares de pessoas sérias e honestas que, só por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde. Em primeiro lugar, há racismo. Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial. Há crimes contra a honra que estão sendo analisados e serão objeto dessas providências que vou anunciar na segunda-feira. Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública
Dino condenou as declarações do filho de Jair Bolsonaro e afirmou que na próxima segunda-feira entrará com ações contra ele. O ministro ainda repudiou a forma como Eduardo Bolsonaro associou moradores de regiões pobres ao crime, além de criticar a manipulação de fatos para alimentar seus apoiadores.
Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos. Isso é execrável, hediondo, asqueroso. É inadmissível. Essas pessoas têm que respeitar o povo pobre do país. Temos que nos perguntar sempre se essa gente vai ter auditório para prorrogar esse método fascista de manipulação de fatos para alcançar seus intentos políticos. Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública
O que disse Eduardo Bolsonaro:
O parlamentar negou que tenha sido racista, disse que acusá-lo "é golpe baixo" e que estava cumprindo seu "dever de deputado".
Questionar presença de MJ em território dominado pelo tráfico sem forte aparato policial, sem imprensa, cuja notoriedade nas redes só foi dada depois, é dever do deputado.
Dino: Vídeos de facção mostram que é preciso rever Marco Civil da Internet
Os vídeos de facções criminosas exibidos no YouTube mostram a necessidade de revisão do Marco Civil da Internet, na opinião de Flávio Dino. O ministro da Justiça e da Segurança Pública defendeu mudanças na legislação por conta das imagens disponíveis na plataforma que mostram a ação do Sindicato do Crime, grupo que aterroriza o Rio Grande do Norte desde a madrugada de terça (14).
Isto passou a fazer parte de um modelo de negócios que rende muito dinheiro, mas sujo de sangue. Por isso, estamos propondo uma revisão do Marco Civil da Internet para, em alguns casos, intensificar o chamado 'dever de cuidado' das big techs e plataformas de conteúdos de terceiros para que, eventualmente, sejam civilmente responsáveis e tenham que pagar por isso. Esse vídeo pode ser veiculado no UOL, no cinema ou em TV aberta? Não. E por que pode em uma plataforma por anos a fio? Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública
Dino: BBB adota modelo que acaba estimulando postura de importunação sexual
Flávio Dino defendeu a revisão do modelo de programas como o BBB, que estimula casos de importunação sexual. O ministro da Justiça considerou acertada a decisão de expulsar MC Guimê e Cara de Sapato do BBB 23 após importunarem as participantes Dania Mendez e Bruna Griphao na Festa do Líder de quarta (15).
Havia uma banalização destes atos que eram vistos como normais, e não são. Elogio, nesse aspecto, a direção do programa. É preciso rever o próprio modelo desses programas, que acabam estimulando esse tipo de postura até para, quem sabe, ampliar audiências. No caso das autoridades, é aplicar a lei. Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: às 8h, às 12h e às 18h. O programa é sempre ao vivo.
Quando: de segunda a sexta, às 8h, às 12h e 18h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
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