Espionagem da Abin: 'Quem sabe estou lá, presidente Lula está lá', diz Rui
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou hoje que não descarta que ele ou o presidente Lula (PT) tenham sido alvos do monitoramento de celulares feito pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O que aconteceu
- Documentos revelados neste mês mostram que a Abin, agora sob a Casa Civil, usou um programa secreto para rastrear a localização de pessoas durante a antiga gestão. Na prática, qualquer aparelho poderia ser monitorado sem justificativa oficial -- o que é ilegal.
- Rui não descarta ninguém. "A Polícia Federal vai investigar se fez, quem fez e quem foi alvo desse monitoramento. Quem sabe estou lá nesse alvo, o presidente Lula está lá nesse alvo", sugeriu o ministro, em café da manhã com a imprensa.
- O ministro afirmou que não procurou ver os nomes que foram possíveis alvos, pois não é investigador. "Não tenho especialidade nem formação para isso", disse.
Lula já indicou o ex-diretor da PF Luiz Fernando Corrêa para a direção da agência, que deverá ser sabatinado pelo Senado Federal nas próximas semanas para poder assumir.
Ele completou que casos como este e o das joias seguirão sendo enviados à PF, sob incumbência do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Nós começamos, com Luiz Fernando, a organizar a Abin. A ideia é que dê um caráter profissional, absolutamente legal e de valorização dos diversos postos de quem fez carreira. O objetivo é revalorizar a carreira e dar a função constitucional, legal, que a Abin tem, e atualizá-la com as ferramentas tecnológicas próprias de informação."
Rui Costa, ministro da Casa Civil
Entenda o caso
- Nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, a Abin usou um programa secreto para monitorar a localização de cidadãos a partir de dados do celular. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo, que acessou documentos e ouviu o relato de servidores do órgão.
- Há relatos de que o programa foi utilizado até mesmo contra agentes da Abin e um procedimento interno foi aberto para apurar os critérios de uso da tecnologia.
- A agência diz que a "solução tecnológica em questão não está mais em uso". Segundo a Abin, "o contrato 567/2018, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021".
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