Terra plana, quebra de microfone e cantada: falas de Dino e oposição na CCJ
A ida do ministro da Justiça, Flávio Dino, à CCJ da Câmara rendeu falas inusitadas tanto do membro do governo Lula quanto de parlamentares da oposição.
O que Dino disse?
O senhor, inclusive, é investigado no Supremo. Não quebre o microfone, por favor."
Dino para o deputado André Fernandes (PL-CE)
Dizer que pesquisou no Jusbrasil... Eu vou contar, sou professor de direito e vou contar para os meus alunos como anedota, piada. O senhor acaba de entrar no meu livro de memórias. Quando bota o nome, não aparece o nome de quem responde ao processo, mas de quem pediu direito de resposta, quem foi requerido, quem registrou a candidatura, quem prestou contas à Justiça Eleitoral, testemunha de processo. A essas alturas, dizer com base no Jusbrasil que respondo a 277 processos, se insere no mesmo continente mental de quem acha que a terra é plana, mais ou menos."
Dino para o deputado André Fernandes (PL-CE)
O senhor pergunta e eu respondo. Eu não mando na sua pergunta e o senhor não manda na minha resposta."
Dino para o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES)
Não posso processar uma coisa que a deputada que está falando, não está na matéria. Eu sei ler."
Dino sobre matéria da Folha de S. Paulo a respeito de relatório sigiloso da Abin
Não sou justiceiro, o senhor perguntou de tiro e bomba, isso é problema de quem vê muito filme da Netflix."
Dino sobre medidas de segurança pública
Infelizmente, houve resistência de uma ínfima parte do Exército que preferiu ouvir vozes satânicas, a imensa maioria do Exército é legalista."
Dino sobre 8 de janeiro e acampamentos bolsonaristas
Dino esteve por quatro horas na Comissão de Constituição e Justiça. Foi interrompido diversas vezes, inclusive com fake news. Mas manteve um tom entre bem-humorado e irônico, afirmando que "estava gostando" e voltaria quantas vezes fosse convidado.
Como a oposição rebateu?
Se eu faço isso aqui com qualquer deputado me colocam no Conselho de Ética, se fosse o contrário estava todo mundo aqui ovulando já. A minha pouca idade, mas a molecagem está aqui atrás. O senhor entrou [no Complexo da Maré] com dois carros grandes, seguranças que não dá para ver que são armados e não deu justificativas."
Nikolas Ferreira (PL-MG)
O senhor tentou lacrar em cima da deputada que ela não sabia ler [...] O senhor falou que pedimos votos nas favelas, até aqui concordo, mas a segunda metade, dizer que sem perguntar se o crime organizado controla a favela, eu discordo. Porque eu sei que, se eu não perguntar e entrar, eu vou ser morto, então, sim, faço campanha na periferia e na favela, mas preciso saber, porque o crime organizado tem seus candidatos e só eles entram."
Kim Kataguiri (União-SP)
O senhor foi ao Complexo da Maré como quem vai ao shopping tomar Guaraná Jesus. Nesta Casa, estou vendo polícia por todo canto, rádio, colete a prova de balas, grade, e quero saber se nós somos mais perigosos do que os traficantes do Complexo da Maré? [...] O deputado Alfredo Gaspar não lhe deu uma cantada, estou lhe dizendo isso porque a bancada LGBTQIA+ pode ficar chateada."
Rodrigo Valadares (União-SE)
Queria saber se o senhor concorda com o proposto pelo partido do seu chefe, Lula, em comunhão com o projeto Anjos da Liberdade, que pretende voltar as visitas íntimas de Marcola e Fernandinho Beira-Mar? E se vai usar sua macheza que botou um monte de velho e menino na polícia contra as organizações criminosas?"
Alfredo Gaspar (União-AL)
Não vou nem comentar da desumanidade da Sua Excelência, o presidente da República, de uma família ameaçada de morte."
Rosângela Moro (União-SP)
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