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Jornal: Bolsonaro recebeu e ficou com 3º conjunto de joias de R$ 500 mil

Do UOL, em São Paulo

28/03/2023 06h45Atualizada em 28/03/2023 12h30

Jair Bolsonaro recebeu um terceiro conjunto de joias da Arábia Saudita durante seu mandato. O estojo, que inclui um relógio cravejado de diamantes da Rolex, é avaliado em R$ 500 mil. As informações são do Estadão.

O que aconteceu:

  • De acordo com o jornal, Bolsonaro recebeu pessoalmente o conjunto de joias quando esteve em viagem oficial a Doha, no Qatar, e em Riad, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019.
  • No Brasil, ainda segundo a apuração do Estadão, o ex-presidente deu ordens para que os itens fossem levados a seu acervo privado, o que foi feito em 8 de novembro de 2019 pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência.
  • Em 2022, Bolsonaro deu novas ordens para ter o conjunto, fisicamente, em suas mãos. Em 6 de junho, o sistema da Presidência registra que os itens foram "encaminhados ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro". Dois dias depois, as joias estavam "sob a guarda do Presidente da República".
  • O conjunto com itens de luxo está avaliado em pelo menos R$ 500 mil. A caixa de joias é acompanhada do símbolo verde do brasão de armas da Arábia Saudita.
  • Ainda segundo o Estadão, Bolsonaro ficou com os itens ao fim do mandato.

Antes de entrar no sistema do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência, foi preenchido um formulário com a especificação de cada item do conjunto de joias. É registrado que não houve intermediário no trâmite das joias, segundo o Estadão.

Uma segunda pergunta questiona se o presente foi "visualizado pelo presidente". A resposta é: "sim".

O que estava no conjunto de joias:

  • Uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras encrustadas
  • Um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor
  • Um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de "baguette" ao redor
  • Uma "masbaha", um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes

Defesa de Bolsonaro diz que presentes foram registrados

  • A defesa de Bolsonaro emitiu uma nota, alegando que "todos os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência", conforme manda a legislação;
  • Eles disseram ainda que todos os presentes recebidos por Bolsonaro serão auditados pelo TCU, assim como aconteceu com os presidentes anteriores
  • Nota diz que Bolsonaro está "à disposição" para entregar qualquer presente, "caso necessário".

Na semana passada, a defesa de Bolsonaro precisou devolver um conjunto de joias e armas presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. O TCU determinou que ex-presidente não poderia ficar com os itens.

Segundo o ministro Bruno Dantas, para ser considerado patrimônio privado do presidente, o item teria de ser "de uso personalíssimo" e de baixo valor, o que não era o caso.

Os itens devolvidos entraram ilegalmente no país com a comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque. Um outro conjunto de joias, que seria um presente para Michelle Bolsonaro, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi retido pela Receita Federal.

O UOL tenta contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A matéria será atualizada se houver retorno.