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Moraes quebra sigilo e manda GSI entregar imagens de 8/1 em 48 horas

General Gonçalves Dias foi visto em gravação no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro - Reprodução/CNN Brasil
General Gonçalves Dias foi visto em gravação no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Do UOL, em São Paulo

21/04/2023 17h43Atualizada em 21/04/2023 20h59

O ministro Alexandre de Moraes levantou na tarde de hoje o sigilo das imagens da invasão ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, em poder do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Segundo Moraes, as filmagens devem ser entregues ao STF em até 48 horas.

No início da noite noite, o chefe interino do GSI, Ricardo Cappelli, afirmou que começará amanhã os trabalhos para tornar públicas todas as imagens.

O que aconteceu?

Moraes tomou três decisões: além de cobrar as imagens, ordenou que o GSI entregue uma cópia da sindicância aberta pelo órgão para apurar o caso, e que a Polícia Federal interrogue todos os agentes do GSI que estavam no Planalto no dia do ato.

O ministro já havia cobrado, ontem, que o GSI identificasse os agentes que aparecem nas imagens divulgadas nesta semana, pela CNN. Em resposta, o órgão havia afirmado que apura o caso em uma sindicância, prevista para durar até 31 de maio.

O chefe interino do GSI, Ricardo Capelli, afirmou que a pasta estava "acelerando" a identificação desses agentes, mas Moraes considerou a medida insuficiente.

O GSI vinha negando a liberação das imagens com base na Lei de Acesso à Informação. Moraes afirmou, no entanto, que a justificativa do órgão não se aplica às imagens da invasão à Praça dos Três Poderes.

A presente hipótese não caracteriza qualquer excepcionalidade às necessárias publicidade e transparência, não sendo possível, com base na Lei de Acesso à Informação, a manutenção da vedação de divulgação de todas - ABSOLUTAMENTE TODAS - as imagens verificadas na ocasião do nefasto e criminoso atentado à Democracia e ao Estado de Direito, ocorrido em 08/01/2023".
Ministro Alexandre de Moraes, do STF

Ex-ministro negou responsabilidade

O general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI, depôs hoje à PF sobre sua participação no episódio. Dias saiu do cargo nessa semana após a revelação de que ele esteve no Planalto no dia da invasão. Foi a primeira queda no ministério de Lula.

À PF, Dias negou ter responsabilidade sobre os atos golpistas e afirmou que não se omitiu no episódio, segundo a CNN Brasil.

Em entrevistas após a revelação das imagens, Dias afirmou que tentava tirar manifestantes do terceiro e do quarto andar do Planalto. Segundo ele, o objetivo seria levar essas pessoas ao segundo andar, para que elas fossem presas.