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Ex-GSI diz que não teve 'condições materiais' de fazer prisões no Planalto

General Gonçalves Dias foi visto em gravação no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro - Reprodução/CNN Brasil
General Gonçalves Dias foi visto em gravação no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Do UOL, em São Paulo

21/04/2023 16h11Atualizada em 21/04/2023 21h25

O general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), afirmou à Polícia Federal que não teve "condições materiais" de prender os manifestantes que encontrou no Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

O que aconteceu?

Dias se justificou por não ter prendido os invasores no 3º e no 4º andar do Planalto, como mostraram imagens reveladas nesta semana. À PF, ele disse que fez "gerenciamento de crise" para levá-los ao segundo andar.

O ex-chefe do GSI diz que chegou ao Planalto por volta de 14h50 do dia 8. Segundo o depoimento, o palácio foi invadido menos de uma depois, às 15h41.

Dias negou ter se omitido no episódio. Ele afirmou à PF que pediu reforço ao Comando Militar do Planalto "ao perceber a ineficiência das forças de segurança distritais" em conter o avanço dos manifestantes.

À PF, o ex-chefe do GSI disse não saber se houve "demora injustificada do Exército" a dar apoio à contenção dos golpistas.

Dias foi questionado sobre o major José Eduardo Natale Pereira, que aparece em imagens dando água aos manifestantes, e negou ter presenciado a cena. O ex-GSI afirmou que teria prendido o militar se estivesse no local.

O ex-chefe do GSI alegou, ainda, que as imagens foram editadas para dar a impressão de que ele viu a entrega da garrafa de água, mas que na verdade se passaram cerca de 30 minutos entre os dois momentos.

Moraes tirou sigilo das imagens

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, levantou na tarde de hoje o sigilo das imagens da invasão. Segundo Moraes, as filmagens devem ser entregues ao STF em até 48 horas.

No início da noite, o chefe interino do GSI, Ricardo Capelli, afirmou que começará amanhã os trabalhos para tornar públicas todas as imagens.

Moraes tomou outras duas decisões: além de cobrar as imagens, ordenou que o GSI entregue uma cópia da sindicância aberta pelo órgão para apurar o caso, e que a Polícia Federal interrogue todos os agentes do GSI que estavam no Planalto no dia do ato.